Antes de começarmos o planejamento de nossas ações docentes, devemos ter consciência da enorme responsabilidade de ser professor, tanto na disciplina de Educação Física como em qualquer outra disciplina. Pensar a Educação Física como uma área destinada à recreação, ou como forma de gastar energia dos jovens para ficarem quietos nas demais disciplinas, é pensar de maneira simplista e reducionista.
Plano de aula de Educação Física:
Para atingir o objetivo determinado para essa área devemos pensar de uma forma abrangente, pois o ser humano é complexo e exige um pensamento complexo a respeito de sua relação com o mundo. Acreditar que o pensamento lógico-matemático, por exemplo, é de exclusividade da matemática é um pensamento equivocado. Este pensamento está coordenando nossas ações, possibilitando as relações que nossas ações produzem, portanto, é condição necessária para o conhecimento de nossa motricidade.
A disciplina de Educação Física, assim como qualquer outra disciplina, necessita de um plano de aula, indicando o que ser feito, como ser feito e por que ser feito. Ou seja, existe um ponto de partida e um ponto de chegada. Podemos afirmar, portanto, que planejar é antecipar uma ação. Quando antecipamos uma ação minimizamos os erros, pois há uma previsão de acontecimentos.Plano de aula de Educação Física:
AUXILIA A PENSAR NO PLANEJAMENTO
DAS AULAS!
Atividade EXEMPLO NA EDUCAÇÃO FÍSICA: JOGO DE BOLA QUEIMADA Ø Qual a dimensão
conceitual desse conteúdo? O que eu quero que meus alunos compreendam
conceitualmente sobre esse jogo? Ø
Qual a dimensão procedimental desse conteúdo? O que eu quero que meus alunos
vivenciem sobre esse jogo? Ø
Qual a dimensão atitudinal no ensino desse conteúdo? O que eu quero transmitir
de atitudes, valores, normas e condutas com esse jogo?
PARA PLANEJAR UMA AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA É PRECISO:
1. Definir os
conteúdos (três dimensões);
2. Traçar objetivos a serem alcançados com o ensino desse
conteúdo (três dimensões);
3. Selecionar métodos e estratégias adequadas;
4. Avaliar o aluno (três dimensões).
PLANO DE AULA EM EDUCAÇÃO FÍSICA: composto de três partes
Primeira parte: roda de conversa sobre o que será feito na aula. Segunda parte:
práticas. Terceira parte: roda de conversa sobre o que foi feito na aula.
PARTE INICIAL: roda de conversa sobre o que acontecerá na
aula (conteúdo, objetivos) e valorização dos conhecimentos prévios dos alunos
PARTE PRINCIPAL: atividades (relacionadas com o conteúdo e os
objetivos)
Descrição das estratégias metodológicas para ensinar o conteúdo e
alcançar os objetivos. PARTE FINAL: roda de conversa (retomada do
conteúdo, dos objetivos e das atividades, questionamentos)
FORMAS DE AVALIAÇÃO: Dimensão conceitual,
procedimental e atitudinal.
CONTEÚDOS SUGERIDOS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
Referenciais Curriculares Nacionais
DOIS BLOCOS
Caráter instrumental do movimento
Possibilidades expressivas do movimento
* Imitação/mímica
* Brincadeira cantadas
* Danças
* Jogos e brincadeiras sensoriais
* Atividades criativas
* Habilidades motoras básicas
* Equilíbrio corporal/equilíbrio de objetos
* Coordenação motora (com/sem material)
* Jogos, brinquedos, brincadeiras
* Conhecimento sobre o corpo
(percepção corporal, noções de higiene, saúde)
* Ritmo individual e
grupal
* Atividades gímnicas
VOCÊS ACREDITAM QUE A ATIVIDADE
PROPOSTA PARA ESSA AULA ATENDEU OS
OBJETIVOS PROPOSTOS? QUAIS OS OBJETIVOS QUE EU GOSTARIA QUE MEUS ALUNOS
ALCANÇASSEM COM A REALIZAÇÃO DESSA ATIVIDADE
DENOMINADA “SOMBRA”?
§
Objetivo conceitual: compreender o que é uma sombra e um
exercício em sincronia.
§
Objetivo procedimental: interpretar o movimento do colega e
realizá‐lo em sincronia com ele.
§
Objetivo atitudinal: aceitar e respeitar a escolha feita pelo amigo
CONTEÚDOS SUGERIDOS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL I
Parâmetros Curriculares Nacionais Conhecimentos sobre o corpo
Atividades rítmicas e expressivas Esportes, jogos, lutas,
ginástica 3 BLOCOS JOGOS/BRINCADEIRAS ESPORTES GINÁSTICAS LUTAS DANÇAS
CONHECIMENTO SOBRE O CORPO
“O corpo é compreendido como um organismo integrado e não como
um amontoado de “partes” e “aparelhos”, como um corpo vivo, que
interage com o meio físico e cultural, que sente dor, prazer, alegria,
medo, etc.” (BRASIL, 1997).
EX: postura corporal; alterações que ocorrem no corpo durante as
atividades (respiração, frequência cardíaca).
Os conteúdos da Educação Física Escolar ATIVIDADES
RÍTMICAS E EXPRESSIVAS
“Intenção de expressão e comunicação mediante gestos e a presença
de estímulos sonoros como referência para o movimento corporal.”
(BRASIL, 1997).
EX: brincadeiras cantadas; dramatização; pular corda.
•Os alunos poderão conhecer as qualidades do movimento expressivo
como leve/pesado, forte/fraco, rápido/lento, fluido/interrompido.
* Classificações (DARIDO, 2005) ‐
Étnicas: “diferentes povos” (tango na Argentina; dança do ventre no
oriente, etc.) ‐
Folclóricas: costumes e tradição (regiões do país)
‐
Danças de salão ou social: bailes e festas (forró, pagode, salsa, etc.)
‐ Dança teatral e artística: espetáculos (jazz, sapateado, ballet, etc.)
*Música e movimento: ritmo individual, grupal; gestos
criativos; variações das habilidades básicas; noção de espaço; atividades em
pequenos e grandes grupos; etc. ATIVIDADES: Espelho; siga o mestre; estátua;
criação de movimentos (coreografias).
GINÁSTICA: Gênero masculino e feminino: competitiva e não competitiva
•
Classificação das modalidades de ginástica competitiva:
•
Ginástica Rítmica, Artística, Trampolim, Aeróbica e Acrobática.
LUTAS:
* Tipos de lutas: alguns exemplos para a Educação Física escolar :
‐ Judô ‐ Esgrima ‐ Tae Kwon Do ‐
Disciplina; concentração; interação; equilíbrio; quedas seguras;
agilidade; flexibilidade, velocidade, etc.
ESPORTES: * Jogo X Esporte: diferenças
* Classificação dos esportes: ‐
Individuais: corridas, saltos, arremessos, movimentos ginásticos, lutas.
‐
Coletivos (duas ou mais pessoas): vôlei, basquete, futsal, handebol.
‐
De aventura: ótica ambientalista (satisfação pessoal, desafio, vertigem,
sonho) ‐ Esporte na escola e o esporte da
escola: rendimento ou participação/educação?
AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Dimensão conceitual Dimensão procedimental Dimensão atitudinal
COMO AVALIAR NAS TRÊS DIMENSÕES?
EXEMPLO DE AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA NAS TRÊS
DIMENSÕES - (PALMA; OLIVEIRA; PALMA, 2010).
Visitou o site?
Bem, então você já verificou que não é difícil montar um plano
de aula em Educação Física, pois possui basicamente as etapas do plano de aula
de outras disciplinas, como Geografia, Português e Matemática, diferenciando-se
apenas no conteúdo e forma de ser aplicado.
É importante relembrar que o plano de aula deve sempre partir do
conteúdo, isto é, o conhecimento que irá ser abordado na unidade de aula. O
conteúdo, por sua vez, é extenso e não conseguiremos encerrá-lo em uma ou duas
aulas. Nesse sentido, fazemos a sua sistematização, ou seja, organizamos e
prevemos o número aproximado de aulas que serão necessárias para concluí-lo.
Mas, em nossas aulas, ao abordarmos determinados conteúdos estaremos também
traçando objetivos para esses conteúdos na unidade de aula.
Exemplificando: na
matemática, se vamos elencar o conteúdo adição em uma unidade de aula, fazer a
adição de unidades, em outra aula fazemos a turma de dezenas. Na Educação
Física não é diferente, o que muda é o conteúdo. Observe o quadro abaixo:
NÍVEL DE ENSINO
|
ENSINO FUNDAMENTAL I
|
2º ANO – Aula 1
|
TEMA
|
Estruturas capacitativas.
|
|
SUBTEMA
|
Lateralidade corporal.
|
|
OBJETIVOS
|
Vivenciar diferentes movimentos corporais que evidenciem a dominância
lateral.
Verbalizar o conceito de dominância lateral.
|
|
MATERIAIS
|
Bolas de voleibol de E.V.A.
|
|
ATIVIDADE
|
----------------
|
Como você interpretou esse quadro?
Observe que temos um item denominado “tema” do plano de aula e o
“subtema”, que é o conteúdo da aula em questão: lateralidade corporal. Após a
definição do conteúdo, foram elencados os objetivos que pretendemos alcançar
nessa unidade de aula. Logo em seguida, indicamos os materiais que serão
necessários para a aplicação desse conteúdo. O material sempre será selecionado
de acordo com a atividade escolhida para aula.
Nesse exemplo de aula não coloquei a atividade descrita no
quadro para demonstrar que ela não a etapa mais importante em uma aula de
Educação Física, ou seja, ela apenas representa o meio para se atingir os
objetivos elencados ao conteúdo. Entretanto, vale ressaltar que a atividade
escolhida deve ter relação com o conteúdo e com o objetivo que se pretende
alcançar.
Desenvolvimento da aula:
Parte 1:
• Apresentar
aos alunos o conteúdo a ser estudado nas próximas aulas;
• Perguntar a eles o que a
palavra lateral os lembra, explorando suas respostas;
• Expor a ideia de que nosso
corpo possui vários lados e que temos mais facilidade ou dificuldade em
realizar movimentos, de acordo com o lado que utilizamos (conceito de
dominância lateral);
• Exemplo de questionamento:
Vocês acham que os lados do corpo são iguais em relação à execução de uma ação
de lançar um objeto? No que diferem?
Parte 2: Atividade
• Nesse
item, o professor irá aplicar uma atividade que possibilitará a experimentação
de ações de um lado do corpo e depois o outro lado. Por exemplo, membros
superiores (lançamento da bola para um amigo), experimentar com um lado e
depois o outro e verificar se houve diferença e qual foi a diferença.
• Pode ser utilizado um
jogo ou qualquer outra atividade.
Não apresentei um jogo específico
para indicar que as estratégias representam um meio e não a parte mais
importante da aula.
O professor deve ser muito claro
sobre o conteúdo e os objetivos a serem alcançados em sua aula. A atividade e a
sua forma de aplicação dependem do nível etário dos alunos, pois a verbalização
e as ações do professor devem corresponder ao desenvolvimento físico dos
educandos.
Vamos ver um exemplo de parte de uma
aula, em que o conteúdo é o equilíbrio e está sendo ministrado para crianças da
Educação Infantil.
https://www.youtube.com/watch?v=I0C1b3fw0wc&playnext=1&list=PL24B58DFF5D412B7E&feature=results_video
Observou a forma como foi conduzida a
aula sobre equilíbrio? Embora os alunos estivessem dentro de sala de aula, com
outras atividades acontecendo ao mesmo tempo (circuito), vou enfocar,
inicialmente, apenas na primeira parte do vídeo, em que o conteúdo referente ao
equilíbrio estava sendo realizado como parte da aula - Educação Física.
As informações sobre o conteúdo de
equilíbrio foram apresentadas de maneira simples, a partir do que os alunos
poderiam compreender sobre o assunto. E, após essa etapa inicial, eles
realizaram atividades que solicitavam o conteúdo de equilíbrio. Em outras
palavras, essa turma não possui base de conhecimento para compreender uma aula
com termos elaborados, porém a professora compreende a necessidade do
equilíbrio nessa idade e consegue que eles realizem essa ação.
Devemos deixar claro que, nesse
momento da vida da criança, é importante a realização, pois nessa fase a
criança é ação: ela realiza, sabe que consegue realizar, porém desconhece o
processo, não possui uma tomada de consciência adequada da ação, mas é extremamente
necessário que ela realize esses movimentos para progredir nas estruturas
mentais, visando a compreensão de fato sobre o que está realizando (tomada de
consciência), em etapas e fases posteriores.
perguntado:
- Professor, qualquer criança sabe
saltar! Então, é necessário montar aulas sobre esse assunto? E eu sempre
responderei:
- Sim, é necessário, pois não
nascemos sabendo saltar. Esta ação tem que ser aprendida pelo sujeito.
Para vocês acreditarem no que estou
dizendo, vamos fazer uma experiência! Quando vocês estiverem em campo (na
escola), peça para uma criança, em torno de um ano e meio que já anda e corre,
saltar sobre um risco feito no chão. Se ela não compreender o que pede,
demonstre a ela e peça para ela repetir a ação que você realizou. Será que esta
criança vai conseguir fazer a tarefa? A questão do saltar é complexa, pois
exige a coordenação de outras noções que em uma criança muito nova não estão
desenvolvidas, como a noção espaço-temporal (espaço e tempo para executar uma
ação).
Sendo assim, a ação de saltar é uma
ação que, necessariamente, tem que ser aprendida, assim como as outras
habilidades. Porém, nessa fase em que se encontram as crianças que pedi para
realizarem a experiência, elas certamente não possuem uma tomada de consciência
adequada de sua ação.
Mesmo que perguntássemos para uma
criança maior, de aproximadamente 3 anos, se quando ela realiza o salto o seu
braço participa desta ação, a resposta em geral é que não, e apontam que
somente as pernas fizeram a ação. Ou seja, a compreensão sobre a sua
corporeidade é parcial.
Podemos concluir, nesse sentido, que
as aulas de Educação Física devem ser sempre ser planejadas, sobretudo a partir
do desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor que as crianças apresentam em
cada fase de sua vida. Além disso, os planos de aula devem contemplar os mais
diversos conteúdos referentes à motricidade humana, desde a sua etapa de
realização mais simples até a forma mais complexa, visando a compreensão de
todo o processo pedagógico na construção de uma ação.
-- motricidade humana. Primeiramente, ela é uma ciência, ou seja, ela possui um objeto de estudo e metodologias definidas, considerando o indivíduo em sua totalidade. Segundo, os estudos referentes à motricidade humana, que têm como grande precursor, Manuel Sérgio, se aplicam a diferentes áreas de conhecimento, e não somente à educação física. Por fim, a motricidade humana rejeita a visão cartesiana e mecanicista do movimento humano (Descartes : “Penso e, se penso deve existir alguma coisa. Penso, logo sou, logo existo”.) – tudo que existe possui movimento.
-- motricidade humana. Primeiramente, ela é uma ciência, ou seja, ela possui um objeto de estudo e metodologias definidas, considerando o indivíduo em sua totalidade. Segundo, os estudos referentes à motricidade humana, que têm como grande precursor, Manuel Sérgio, se aplicam a diferentes áreas de conhecimento, e não somente à educação física. Por fim, a motricidade humana rejeita a visão cartesiana e mecanicista do movimento humano (Descartes : “Penso e, se penso deve existir alguma coisa. Penso, logo sou, logo existo”.) – tudo que existe possui movimento.
·
Referente a questão na minha opinião, o
desenvolvimento da psicomotricidade no ensino infantil e fundamental, é o
trabalho da coordenação motora fina, grossa, da lateralidade, do equilíbrio
tudo isso influencia na escrita, no desenvolvimento intelectual do aluno,
pois desenvolve seu cognitivo. ligações com as áreas psicomotoras:
Coordenação Motora Fina e Global, Estruturação Espacial, Orientação Temporal,
Lateralidade, Estruturação Corporal e as relações com a aprendizagem no
contexto escolar. aspectos da criança, como o motor, o social, o afetivo e o
cognitivo. Por meio da brincadeira a criança envolve-se no jogo e sente a
necessidade de partilhar com o outro. Ainda que em postura de adversário, a
parceria é um estabelecimento de relação. Esta relação expõe as potencialidades
dos participantes, afeta as emoções e põe à prova as aptidões testando limites.
Brincando e jogando a criança terá oportunidade de desenvolver capacidades
indispensáveis a sua futura atuação profissional, tais como atenção,
afetividade, o hábito de permanecer concentrado e outras habilidades
perceptuais psicomotoras. Brincando a criança torna-se operativa. A educação física desenvolve a parte física e motora
da criança. ensinar a criança a praticar movimentos , Ambos trabalham pela
aprendizagem e desenvolvimento do aluno. É importante que o pedagogo conheça a
disciplina de educação física para melhor planejar e desenvolver com segurança
as suas atividades, que requer movimento e ação das crianças ,que faz do
esporte um momento de lazer e descontração, de interação, um espaço onde se
envolvem no mundo dos esportes.
-- A psicomotricidade busca, por meio da prática dos movimentos,
o desenvolvimento integral do indivíduo em seus aspectos motores, cognitivos e
afetivos. O desenvolvimento psicomotor resulta da relação da criança com o meio
em que se insere.
A Lei de Diretrizes e Bases (1996) expressa que a educação começa nos
primeiros anos de vida, no artigo 29 está escrito: A primeira etapa da educação
básica, a educação infantil, tem como objetivo o desenvolvimento da criança em
sua totalidade até os seis anos de idade, em seus aspectos físicos,
psicológico, intelectual e social, inteirando o papel da família e da comunidade.
Sendo assim, a psicomotricidade é um trabalho fundamental durante a
educação infantil. Ela pode ser desenvolvida tanto pelo profissional de
educação física, quanto pelo professor com formação em pedagogia.
--É muito importante o pedagogo, o professor ter
conhecimento e aplicar a psicomotricidade desde a Educação Infantil pois ela é
o reflexo dos movimentos, das ações reais do ser humano. Uma simulação onde a
criança toma como direcionamento para a construção do pensamento
e tomada de decisão. Qual é fundamental para a aprendizagem
cognitiva e motora.
-- Podemos trabalhar com as
crianças, dentro da Educação
Física, através de sua psicomotricidade, os sete processos mentais básicos de
Piaget : correspondência (um por, para um), comparação,
classificação, sequência (sucessão), seriação (separar, perceber diferença),
inclusão, conservação (que permanece). Na construção
desse conhecimento: dar situações que permita á criança
pensar, fazer relação criada mentalmente, pois essa junção, habilita
o desenvolvimento dos processos
de inversão (um novo esquema, um novo pensamento, uma nova visão, uma nova
ação) e reciprocidade(aceitação,
acomodação, equilíbrio), possibilitando o pensamento. Exemplos: pular
amarelinha, circuito...
·
A
psicomotricidade é a capacidade psíquica de realizar movimentos. Não é apenas o
movimento propriamente dito, mas a atividade psíquica que transforma a imagem
para a ação em estímulos para os procedimentos musculares adequados. Escrever,
correr, dançar são atividades fundamentais no movimento de uma atividade
motora. Simples em aparência necessita constantemente da intervenção coordenada
por um conjunto neuromuscular em função de cada uma das situações em que se
enquadra o sujeito ativo.
A psicomotricidade é imprescindível na
educação para o desenvolvimento físico, cognitivo e afetivo. Nós como
professores precisamos ter o cuidado de elaborar as aulas fundamentando-se
nesses aspectos para proporcionar ao aluno um desenvolvimento integral. Nesse
aspecto, a escola que acompanha as mudanças de um mundo onde os
conhecimentos evoluem sem parar, deve priorizar os pilares que as sustentam:
aprender a conhecer, aprender a fazer, a ser, aprender a conviver juntos; de
forma lúdica e prazerosa.
Tendo
como objeto de estudo, o "movimento humano ou movimento
corporal humano", se torna cultura (para todos, porque todos fazem), por
isso acontece o fenômeno cultura corporal de movimento - construção de reflexão
- ação. Não sendo pela Educação Física em si, mas pelo fenômeno movimento
.
Após todas estas tendências e abordagens da
Educação Física Escolar, sentimos a necessidade de sintetizar o papel da saúde
em cada uma delas. O quadro a seguir representa nosso entendimento sobre o
assunto:
Quadro 01: O papel da saúde nas
tendências e abordagens da Educação Física Escolar.
Tendência/abordagem
|
Papel da saúde
|
Higienista
|
Promover a assepsia social, preocupação com a
limpeza corporal, eugenia. Somente aulas práticas. Tema saúde abordado
indiretamente. Visão biologicista e individualista de saúde.
|
Militarista
|
Preparar alunos saudáveis através de exercícios
militares para representar o Brasil em futuras guerras. Somente aulas
práticas. Tema saúde abordado indiretamente. Visão biologicista e
individualista de saúde.
|
Pedagogicista
|
Início de discussões teóricas sobre o tema, mesmo
que simplórias, sobre primeiros socorros, higiene, prevenção de doenças e
alimentação saudável. Visão individualista de saúde.
|
Esportivista
|
Os alunos deveriam possuir saúde para tornarem-se
atletas. Desenvolvimento da fisiologia e do treinamento esportivo. Somente
aulas práticas. Tema saúde abordado indiretamente. Visão biologicista e
individualista de saúde.
|
Popular
|
Discussões teóricas sobre diversos temas como o
sedentarismo, as doenças sexualmente transmissíveis, o combate às drogas e os
primeiros socorros. O biologicismo começa a declinar. Percepção de que
somente a dedicação aos exercícios não é suficiente para a prevenção de
doenças. Crise epistemológica na Educação Física, que provoca nova leitura do
seu papel como produtora de saúde.
|
Psicomotricidade
|
Saúde tratada de forma indireta através de
atividades que desenvolvam os aspectos psicomotores, cognitivos e afetivos.
Somente aulas práticas. Visão não biologicista, porém individualista de
saúde.
|
Construtivista
|
Saúde tratada de forma indireta através de
atividades lúdicas envolvendo o jogo. Visão não biologicista, porém
individualista de saúde.
|
Desenvolvimentista
|
Saúde tratada de forma indireta através de
atividades que desenvolvam as habilidades motoras. Somente aulas práticas.
Visão biologicista e individualista de saúde.
|
Críticas
|
Saúde tratada de forma direta através discussões
e debates sobre as injustiças sociais pautadas no marxismo. Visão não
biologicista e socialista de saúde.
|
Saúde Renovada
|
Saúde tratada de forma direta através de
discussões e aulas práticas. A relação atividade física – saúde é tida como
causa efeito. Visão não completamente biologicista, porém defende de forma
muito forte as questões orgânicas como única fonte de saúde. Visão
individualista de saúde.
|
PCNs
|
Saúde tratada de forma direta através de
discussões e aulas práticas. Aproxima-se do campo da Saúde Coletiva por
incluir em suas discussões temas da Saúde Pública. Considera a cidadania como
saúde. Visão não biologicista e, ainda que não tão incisiva, coletiva de
saúde.
|
Referencial curricular nacional para a
educação infantil e a educação física:
O Referencial foi concebido de maneira a servir como um guia
de reflexão de cunho educacional
sobre objetivos, conteúdos e orientações didáticas
para os profissionais que atuam diretamente
com crianças de zero a seis anos
respeitando seus estilos pedagógicos e
a diversidade cultural brasileira. (BRASIL, 1998)
ROMPER O PENSAMENTO DE QUE AS CRIANÇAS NA
EDUCAÇÃO INFANTIL DEVE§
...possuir posturas rígidas, mantendo‐as em filas ou
sentadas por tempo prolongado!
§
...ficar quietas, sem se moverem, pois o movimento
atrapalha a aprendizagem!
§
... ser disciplinadas em sala de aula e não em espaços
diferenciados!
§
...adequar‐se ao ritmo do outro.
A CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL DEVE TER A
OPORTUNIDADE DE...
§
...explorar o ambiente físico e social!
§
...participar de atividades desafiadoras e lúdicas!
§
...expressar sentimentos e pensamentos!
§
...manifestar‐se por meio de seu próprio ritmo!
CONTEÚDOS SUGERIGOS PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA
A EDUCAÇÃO
INFANTIL:
DOIS BLOCOS - Possibilidades expressivas
do movimento
Propostas: realização de gestos, posturas e
ritmos para se expressar e se comunicar.
* Expressões e comunicação de ideias, sensações e sentimentos pessoais; utilização de
espelhos.
* Manifestações corporais da cultura corporal:
jogos, brincadeiras, danças, conhecimento sobre
o corpo. Exemplos: atividades de danças e canto (percepção rítmica),
mímicas, imitação de bichos, interpretação de histórias infantis, pinturas,
desenhos, massagem, atividades sensoriais.
DOIS BLOCOS - Caráter instrumental do movimento
Propostas: equilíbrio e coordenação motora
* Habilidades motoras básicas (explorar
o ambiente).
* Diversificação dos
objetos (manuseio): tamanho, peso e cores;
* Desafios corporais:
circuitos (rampa, pneus, colchonetes) Exemplos: deitar e sentar
em diferentes posições e inclinações, explorar a variação das habilidades
motoras (lateralidade), jogos e brincadeiras, ritmo individual e grupal.
-Como podemos avaliar os alunos nas aulas de educação
física para a educação infantil:
Evitar comparações entre os colegas: avaliação individual e
contínua (portfólio);
§Diário de campo para registrar e identificar avanços,
dificuldades, conquistas e tensões: informá‐los sobre suas
evoluções;
§
Estabelecimento de novos caminhos e propostas.
-Parâmetros curriculares nacionais e a
educação física (1º e 2º ciclos):
É tarefa da Educação Física escolar garantir o acesso dos
alunos às práticas da cultura corporal, contribuir para a construção de um estilo
pessoal de exercê‐las
e oferecer instrumentos para que sejam capazes de apreciá‐las criticamente (BRASIL,
1997, p.24)
CULTURA CORPORAL DE MOVIMENTO - Temas transversais
Cultura corporal: dimensões conceitual,
procedimental e atitudinal Inclusão.
CONTEÚDOS SUGERIGOS PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA
A EDUCAÇÃO INFANTIL:
RELEVÂNCIA SOCIAL (relação com a cultura e temas
transversais)
§
CARACTERÍSTICA DOS ALUNOS (diferenças regionais e
individualidade)
§
CARACTERÍSTICAS DA PRÓPRIA ÁREA (movimento humano
-3 BLOCO
Conhecimentos sobre o corpo - Atividades rítmicas e
expressivas Esportes, jogos, lutas, ginástica expressivas.
Evitar comparações entre os colegas;
§
Diário de campo, visando registrar:
§Como a criança enfrenta desafios corporais na aprendizagem dos diferentes conteúdos;
§
Participação, respeito às regras e organização; §
Interação sem discriminação;
§
Valorização dos conteúdos referentes à cultural corporal.
§
Evitar a avaliação por indicadores numéricos (aptidão física:
testes e normas);
§
Dimensão conceitual, procedimental e atitudinal.
-TEMAS TRANSVERSAIS:
Ética Pluralidade Cultural Meio Ambiente Saúde Trabalho e
consumo Orientação Sexual.
A psicomotricidade pode ser entendida como a ciência que
tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em
relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de
maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e
orgânicas. Alguns elementos constituem a
psicomotricidade. Sobre esses elementos, características:
Esquema corporal intuição de conjunto ou um conhecimento
imediato que temos de nosso corpo estático ou em movimento, na relação de suas
diferentes partes entre si e, sobretudo, nas relações com o espaço e com os
objetivos que o circundam.
Dominância lateral – é mais que apenas escolher a mão
para escrever, refere-se ao esquema do espaço interno do indivíduo, que o
capacita a utilizar um lado do corpo com melhor desembaraço do que o outro, em
atividades que requeiram habilidade, caracterizando-se por uma simetria
funcional.
Organização do corpo no espaço, A capacidade de
movimentar o próprio corpo de forma integrada, dentro de um ambiente contendo
obstáculos desviando locomovendo-se ou
passando por eles.
As habilidades psicomotoras são essenciais ao bom
desempenho no processo de alfabetização. A aprendizagem da leitura e da escrita
exige habilidades de conhecimento numérico suficiente para saber por exemplo,
quantas voltas existem nas letras m e n, ou quantas sílabas formam uma palavra
(área de habilidades conceituais), pronúncia adequada de vogais, consoantes,
sílabas, palavras (áreas de comunicação e expressão).
Para uma ação interventiva, coerente as atividades, devem
relacionar-se a aspectos que são sempre uma constante na psicomotricidade. As
qualidade físicas dizem respeito a força, flexibilidade, agilidade, velocidade,
coordenação motora, equilíbrio, noções de espaço e temo e lateralidade. Os
aspectos afetivos e social dizem respeito a capacidade de análise e
desenvolvimento de memória. As características cognitivas dizem respeito a
socialização, organização, disciplina, responsabilidade, coragem e
solidariedade.
Os conteúdos trabalhados na s aula de Educação física no
âmbito escolar podem ser divididos em três dimensões:
-Conceitual – pode ser chamada também de intelectual ou
cognitiva. Diz respeito ao conceito que o aluno possui e / ou é capaz de ter ou
modificar sobre um determinado conhecimento. [...] conceito que o aluno possui
e/ou é capaz de ter ou modificar sobre um determinado conhecimento [...] uma
pessoa adquire um conceito quando é capaz de dotar de significado um material
ou informação que lhe é apresentada, ou seja, quando ‘compreende’ esse material,
em suas próprias palavras (TOLEDO; VELARDI; NISTA‐PICCOLO, 2009, p.38;
-DIMENSÃO
CONCEITUAL PROCEDIMENTAL MOTORA OU
FÍSICA:
[...] formas determinadas e concretas de agir,
cuja principal característica é que não são
realizadas de forma arbitrária ou desordenada,
mas de maneira sistemática e ordenada [...]
saber fazer, formas de atuar, usar e aplicar
correta e eficazmente os conhecimentos
adquiridos (COLL; VALLS, 1998, p.78);
-DIMENSÃO CONCEITUAL ATITUDINAL AFETIVA OU SOCIAL - [...] são influenciados
por fatores sociais, normas, papéis, valores ou crenças e possuem três
componentes: cognitivo, afetivo e conativo ou de conduta, os quais estão
ligados, apesar da atuação de forma diferenciada nas manifestações de atitudes
(NISTA‐PICCOLO; MOREIRA, 2012,
p.97)
Didaticamente falando, a psicomotricidade, por meio das
práticas psicomotoras, estimula as áreas de conhecimento da criança,
especialmente, a comunicação e expressão, percepção e a coordenação.
-Área da Orientação ou estruturação espacial/temporal é
importante no processo de adaptação do indivíduo ao ambiente, já que todo
corpo, animado ou inanimado, ocupa, necessariamente, um espaço em um dado
momento. Corresponde à organização intelectual do meio e está ligada à
consciência, à memória, às experiências vivenciadas pelo indivíduo.
PSICOMOTRICIDADE :
“É a ciência que tem como objeto de estudo o homem
através do seu corpo em movimento e em relação ao seu
mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de
maturação, onde o corpo é a origem das aquisições
cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três
conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto
e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado
para uma concepção de movimento organizado e
integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito
cuja ação é resultante de sua individualidade, sua
linguagem e sua socialização.” (Definição da Sociedade
Brasileira de Psicomotricidade)
BRINCAR -
Possibilidade de intervenção que auxilia de forma
significativa no desenvolvimento da criança. -
Momento de aprender, de experimentar, vivenciar
e desenvolver. Domínio cognitivo Domínio Afetivo
Domínio Motor Convivência em grupo (relações
sociais), a respeitar regras, a
aceitar o outro e a suas próprias
limitações (emoção e afeto)
O desenvolvimento psicomotor é importante para a
prevenção de problemas de aprendizagem, de postura, de
ritmo, lateralidade... Psicomotricidade e movimento contextos de ação diferenciados, em função de
critérios que têm como referência a própria história
dos sujeitos, a origem e características das suas
dificuldades
Jogo lúdico, dinâmica individual ou em grupo
Atividades adequadas ao
contexto da criança / interação
com o contexto que a cerca
Idade mental e cronológica, anseios e características da criança
Atividades expressivas e jogos de estimulação sensorial
Psicomotricidade e movimento
A criança interage, participa, compreende o
contexto da tarefa e organiza suas respostas e
expressões (gráfica, motora, verbal, sonora...)
Atividades de resolução de problemas e jogos com regras
Desenvolvimento das habilidades
motoras, cognitivas, afetivo‐sociais
EXPRESSÃO DA CRIANÇA
Didaticamente falando, a psicomotricidade, por meio
das práticas psicomotoras, estimula as áreas de
conhecimento da criança, especialmente, a
comunicação e expressão,
percepção e a coordenação.
Áreas da psicomotricidade a) Comunicação e expressão -
Permite ao indivíduo trocar experiências e
atuar verbal e gestualmente no mundo. Uma
vez que a linguagem verbal encontra se,
intimamente, dependente da articulação e
da respiração, mas também das relações
com o meio social que a criança encontra‐se inserida.
b) Percepção : É a capacidade de reconhecer e compreender estímulos
recebidos. A percepção está ligada à atenção, à
consciência e à memória ‐
sentidos
c) Coordenação
A coordenação motora está ligada
ao desenvolvimento físico, pode ser
entendida como a união
harmoniosa de movimentos. Supõe, ainda, a integridade e maturação do
sistema nervoso. (tipos)
d) Orientação:
A orientação ou estruturação espacial/temporal é
importante no processo de adaptação do indivíduo ao
ambiente, já que todo corpo, animado ou inanimado,
ocupa, necessariamente, um espaço em um dado
momento. Corresponde à organização intelectual do meio e está
ligada à consciência, à memória, às experiências
vivenciadas pelo indivíduo.
Habilidades psicomotoras e alfabetização
A aprendizagem da leitura e da escrita exige habilidades como:
1. Dominância manual já estabelecida (área de lateralidade);
2.Conhecimento numérico suficiente para saber, por exemplo,
quantas voltas existem nas letras m e n, ou quantas sílabas
formam uma palavra (área de habilidades conceituais);3.
Movimentação dos olhos da esquerda para a direita, domínio de
movimentos delicados adequados à escrita, acompanhamento
das linhas de uma página com os olhos ou os dedos, preensão
adequada para segurar lápis e papel e para folhear (área de
coordenação visual e manual);
4. Discriminação de sons (área de
percepção auditiva);
5.Adequação da escrita às dimensões do papel,
reconhecimento das diferenças dos pares b/d, q/d, p/q etc.,
orientação da leitura e da escrita da esquerda para a direita,
manutenção da proporção de altura e largura das letras,
manutenção de espaço entre as palavras e escrita orientada
pelas pautas (áreas de percepção visual, orientação espacial,
lateralidade, habilidades conceituais);
6.Pronúncia adequada de vogais, consoantes, sílabas, palavras
(área de comunicação e expressão);
7.
Capacidade de decompor palavras em sílabas e letras
(análise);
Elementos constituintes da psicomotricidade - esquema corporal -
Conhecer seu próprio corpo, suas funções e interações com
ele mesmo e com o meio
que o cerca é fundamental na
construção do esquema corporal e no desenvolvimento
normal (motor, afetivo e cognitivo) da criança.
Uma intuição de conjunto ou um conhecimento imediato
que temos de nosso corpo
estático ou em movimento, na
relação de suas diferentes partes entre si e, sobretudo,
nas
relações com o espaço e com os objetos que o circundam”
(FONSECA, 2008).
ESQUEMA CORPORAL :
Importante para a formação da personalidade da
criança – como ela se vê
A criança se sente bem quando seu corpo “obedece”
para movimentar‐se e agir.
Esquema corporal mal constituído : falta de
coordenação, dificuldades na grafia e na leitura
Esquema corporal bem constituído – experiências Movimentar‐se, agir, expressar‐se, comunicar‐se
com o mundo que o cerca, sem medos e frustrações
Para auxiliar no desenvolvimento do esquema corporal da
criança devemos considerar: a)
Domínio corporal: domínio e controle sobre suas
ações corporais
b) Conhecimento corporal:
conhecer seu corpo e suas dimensões
c) Passagem para ação: transpor suas descobertas
- Capacidade de movimentar o próprio corpo de forma
integrada, dentro de um ambiente
contendo
obstáculos, desviando, locomovendo-se ou passando
por eles
ORGANIZAÇÃO DO CORPO NO ESPAÇO : Movimentos simples como o rastejar, engatinhar, e andar
propiciam a criança o desenvolvimento das primeiras noções
espaciais: perto, longe, dentro, fora, em cima, embaixo.
Desenvolvimento integral da criança
Problemas de noção espacial ou temporal
: Dificuldades em ordenar os elementos de uma sílaba,
matemática (formas geométricas,
fileiras e colunas),
distinguir “p” do “q”, “b” do “d”, 21 do 12.
É mais que apenas escolher a mão para escrever,
refere se ao esquema do espaço interno do indivíduo,
que o capacita a utilizar um lado do
corpo com
melhor desembaraço do que outro, em atividades
que requeiram habilidade, caracterizando‐se por uma
assimetria funcional.
DOMINÂNCIA LATERAL:
A lateralidade não deve ser
estimulada até que tenha sido definida.
Manter a estabilidade corporal durante os movimentos
ou em estabilidade.
EQUILÍBRIO :
Fonseca (2009) e Rosa Neto (2002) mencionam que obter
um bom equilíbrio é essencial para a conquista da
locomoção e a independência dos membros superiores.
Dificuldades no equilíbrio: Estados de ansiedade e
insegurança, pois a criança não
consegue manter um estado
estático ou de movimento e isto
atrapalha a relação entre
equilíbrio físico e psíquico.
Indisponibilidade imediata dos movimentos, desequilíbrio
corporal global, marcha não
harmoniosa, tensões musculares
locais, desalinhamentos
anatômicos e imprevisibilidade de atitudes .
Socialmente, a criança pode apresentar
tendência à inibição ou desejo de esconder, e
falta de confiança em si mesmo.
Nesse sentido, podemos dizer que o equilíbrio não se resume,
exclusivamente, a uma
atitude referente ao
tônus muscular, mas que afeta psicologicamente
a criança em suas relações sociais .
ORGANIZAÇÃO LATERO‐ ESPACIAL : Não devemos confundir lateralidade (dominância de um
lado em relação ao outro, a nível de força e da precisão) e
conhecimento "esquerda‐direita" (domínio dos termos
"esquerda" e "direita").
ESPACIAL ORGANIZAÇÃO LATERO‐ESPACIAL :
É entendido como sendo a
generalização, da percepção do eixo corporal, a tudo que cerca a criança.
Se a criança percebe que trabalha naturalmente "com aquela mão",
guardará sem
dificuldade que "aquela mão" é à esquerda ou à direita
(FONSECA, 2008).
6 anos, a criança tem conhecimento do lado direito e esquerdo do seu
corpo
7 anos reconhece a posição relativa entre dois objetos
8 anos reconhece o lado direito e esquerdo em outra pessoa
9 anos
consegue imitar movimentos realizados por outras pessoas com
o mesmo lado do corpo no qual a pessoa realiza o movimento
10 anos reproduz movimentos de figuras esquematizadas
11 anos consegue identificar a posição relativa entre 3 objetos.
COORDENAÇÃO DINÂMICA:
A coordenação dinâmica geral da criança, um bom
domínio do corpo suprindo a ansiedade habitual,
diminui as tensões trazendo um controle satisfatório e
a confiança com
relação ao próprio corpo.
COORDENAÇÃO DINÂMICA
Com relação à coordenação
dinâmica das mãos, Le Boulch(1982) diz que a habilidade
manual
ou destreza constitui um aspecto
particular da coordenação global. Reveste
muita importância no
grafismo, ao qual se deve dar uma
atenção em particular.
Distúrbio no desenvolvimento da coordenação
(tanto global como da dinâmica das mãos):Dificuldades escolares, como a disgrafia que
ultrapassa linhas e margens do caderno,
pode ter dificuldades na apreensão de dedos
e nos gestos.
-Brincar – sistematização Psicomotricidade –
Desenvolvimento integral (motor, cognitivo e afetivo) Áreas da psicomotricidade
– Comunicação e expressão, percepção, coordenação e orientação
Alfabetização Elementos: esquema corporal, organização do
corpo no espaço, dominância lateral, equilíbrio, organização latero-espacial e
coordenação dinâmica. Relembrando... Para uma ação interventiva, coerente as
atividades, devem relacionar-se a aspectos que são sempre uma constante na
psicomotricidade. Estratégias psicomotoras e consequências educativas Qualidade
física: força, flexibilidade, agilidade, velocidade, coordenação motora,
equilíbrio, noções de espaço e tempo e lateralidade Aspecto afetivo e social:
socialização, organização, disciplina, responsabilidade, coragem e
solidariedade. Características cognitivas: capacidade de análise e
desenvolvimento de memória. Além desses fatores, podemos considerar como
estruturas psicomotoras de base para a intervenção: Locomoção: habilidade
referente à locomoção com destreza, domínio e equilíbrio.
Exemplo de atividade: amarelinha, dança da cadeira,
pegador. Manipulação: Habilidade de manuseio e controle de objetos.
Exemplo de atividade: lenço atrás, dança da laranja.
Tônus Corporal: Ajustamento e controle postural.
Exemplo de
atividade: jogo das cinco Marias. Lateralidade: Noção de direita e esquerda.
Exemplo de atividade: brinquedos cantados: escravos de jó. Coord. Fina:
habilidade de manejo e controle de objetos, trabalhando com as extremidades dos
segmentos (mãos). Exemplo de atividade: bola de gude, pintura. Coord. Grossa:
Habilidade e destreza corporal para responder a uma tarefa com a totalidade das
mãos ou do corpo.
Exemplo de atividade: bola queimada. Coord. da dinâmica
geral: é a atuação conjunta do sistema nervoso central e da musculatura
esquelética, na execução do movimento. Temos a coordenação motora ampla e
seletiva.
Exemplo de atividade: pula carniça.
Equilíbrio: É a capacidade de manter-se sobre uma base,
pode ser estático e dinâmico. Exemplo de atividade: amarelinha, bola ao túnel.
Esquema Corporal: é o conhecimento que temos do corpo em
movimento ou em posição estática, em relação aos objetos e o espaço que o
cerca.
Exemplo de
atividade: A raposa que gostava de comer capim, elefante colorido. Constantes –
prática significativa = resultado significativo
Exercícios psicomotores Engatinhar, rolar, balançar, dar
cambalhotas, se equilibrar em um só pé, andar para os lados, equilibrar e
caminhar sobre uma linha no chão e materiais variados (passeios ao ar livre),
atividades recreativas
Cognitivo Afetivo PSICOMOTOR Domínio do gesto,
estruturação espacial e orientação temporal, coordenação motora fina – não
apenas caligrafia
Exercícios de pré-escrita:
a) Direção gráfica: escrevemos horizontalmente da
esquerda para a direita (lateralidade);
b) Noções topológicas básicas como: em cima e embaixo (n
e u), de esquerda e direita, de oblíquas e curvas (g e q);
c) Noção de antes e depois, sem o que a criança não
inicia seu gesto no lugar correto (escrita espelhada, flutuando entre as
linhas). Aprendizagem das letras e dos números, domínio do gesto, compreensão
da imagem.
Psicomotricidade: ação preventiva e reeducativa
Campo terapêutico e de reintegração social
Dificuldades de
aprendizagem
Debilidade motora práticas reeducativas terapia
psicomotora movimento
Emoção relacionada ao movimento (afetiva)
Psicomotricidade = possibilidade, um meio de prevenção
adequado para compensar a privação de movimento que, por vezes, ocorre no
ambiente escolar, pois como ação educativa integrada e fundamentada na
comunicação, na linguagem e nos movimentos naturais conscientes e espontâneos
da criança.
Educação, Reeducação e Terapia Psicomotora Favorecer o
desenvolvimento dos gestos e movimentos e a capacidade de percepção;
Desenvolver o equilíbrio;
Aprimorar e desenvolver a percepção do corpo e permitir à
criança adquirir o sentimento de segurança;
Favorecer e
melhorar a psicomotricidade global e fina, sobretudo a grafomotricidade por
meio da manipulação; Revelar e reforçar o predomínio manual; Estimular a
confiança em si;
Atenuar os bloqueios que interferem na aprendizagem
escolar;
Sensibilizar o ambiente envolvente – família, escola -
face às dificuldades da criança. Educação psicomotora O trabalho da reeducação
privilegia, a princípio, três situações:
o alívio do problema, a redução do sintoma e a adaptação
ao problema, através de jogos e exercícios psicomotores.
Reeducação psicomotora Técnicas específicas
Exercícios psicomotores e jogos
Trabalho direto com o sintoma observado no exame
psicomotor e pelas falas
Distúrbios manifestados no corpo, mas sem alterações
neurológicas
Os transtornos psicomotores da infância :
Transtornos que comprometem o esquema e a imagem corporal
bem, como o tônus muscular, impossibilitando a criança, por vezes, de
apresentar domínio de seu próprio corpo, resultando em dificuldades em todos os
demais elementos psicomotores, e comprometendo, assim, seu desenvolvimento nos
domínios cognitivo, afetivo e motor. Transtornos normalmente estão relacionados
ao mundo afetivo
Dificuldade em dar
continuidade às brincadeiras e às produções corporais.
Dificuldade para
inibir movimentos.
Necessidade de
estar sempre em movimento. Atitudes expansivas e explosivas. Inquietação e
agitação. Incapacidade para relaxar e permanecer quietas.
Descontrole emocional e neurovegetativos: sudorese nas
mãos, dores de barriga, vontade de urinar, rubor.
Tiques: involuntário, súbito, rápido e repetitivo. Existe
nos tiques um período de “luta”, de controle doloroso, seguido de uma explosão
“liberadora” do movimento, que se transforma em fonte de constrangimento
. Paratonia: impossibilidade de relaxar voluntariamente
um músculo.
Físico, ou
incidência corporal: aqui tratamos das dispraxia, perturbações do esquema
corporal, de lateralidade, de estruturação temporal e espacial, problemas
psicossomáticos, perturbações da imagem corporal, desarmonias tónicoemocionais,
instabilidade postural dentre outros.
Cognitivo: referentes a déficits de atenção, de memória,
de organização perceptiva, simbólica e conceptual, e outros problemas dessa
ordem.
Socioafetivo ou incidência relacional: resultantes em
inibição, hiperatividade, agressividade, dificuldades de comunicação dentre
outros. Dificuldade em se manter numa brincadeira
Dificuldade em inibir seus movimentos, provocando ações
explosivas e agressivas Agitadas, ansiosas e inquietas – necessidade de
movimentar-se Instabilidade emocional e intelectual
Falta de atenção e concentração Deficiência na formulação
de conceitos e no processo de percepção ( discriminação de tamanho,
figura-fundo, orientação espaço-temporal); INSTABILIDADE PSICOMOTORA Alteração
da palavra e da comunicação (atraso na linguagem e distúrbios da palavra);
Alterações emocionais ( são impulsivas, explosivas,
sensíveis, frustram-se com facilidade, destruidoras);
Alterações do sono ( terror noturno, movimentos enquanto
dormem); Alterações no processo do pensamento abstrato;
dificuldades de
escolaridade ( leitura, escrita, aritmética, lentidão nas tarefas, dificuldade
de copiar da lousa, entre outras manifestações.
INSTABILIDADE PSICOMOTORA PARATONIA:
Limitação nas quatro extremidades do corpo (ou apenas em
duas) – “deselegância” ao correr – limitações e rigidez nas mãos e nas pernas;
DEBILIDADE PSICOMOTORA SINCINESIA – Participação de
músculos em movimentos aos quais eles não são necessários – descontinuidade de
gestos; imprecisão nos movimentos dos braços e das pernas; dificuldade de
realizar os movimentos finos dos dedos… A criança não usa seu corpo para se
comunicar com os outros. É o oposto da instabilidade, pois também há uma falta
de limite, mas esta falta barra o agir da criança. INIBIÇÃO PSICOMOTORA - A criança parece cansada e demonstra pouca
expressão corporal ou facial – fragilidade, inibição Dificuldade em associar
movimentos para realizar uma tarefa
Transtorno espacial (dificuldade de lateralizar, de
nomear objetos, espelhamento de letras, assimetria nos movimentos – todos estes
aparecendo persistentemente)
DISPRAXIA - Desvio no desenvolvimento cognitivo no que
diz respeito à distinção de aspectos figurativos, o que impede que a criança
atinja a fase de operações concretas. Há uma perturbação do esquema corporal.
Quando a dispraxia é no olhar, além das perturbações perceptivas, há
dificuldades posturais e de equilíbrio.
Reeducação psicomotora para alunos com deficiência
Impedimentos a longo prazo de natureza física ou motora, intelectual ou
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua
participação, plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas (ONU, 2006) Implicam em determinadas necessidades, que são
chamadas de especiais (NE) Necessidades Educacionais Especiais – NEE “se uma
criança apresenta inabilidades motrizes, não se trata de educar de novo, mas de
oportunizar aprendizagens”, criando um ambiente pedagógico para que a criança
amplie seu vocabulário psicomotriz, porque a motricidade humana está mais
relacionada aos aspectos externos, de ordem sociocultural, do que a aspectos
internos, puramente funcionais. Quando alguém, por um traumatismo qualquer,
perde parcial ou totalmente uma habilidade motora já desenvolvida, a
psicomotricidade irá auxiliar na oportunidade de ofertar elementos condutores à
recuperação, através de aprendizagens de ordem socioculturais.
Psicomotricidade =
jogo e brincadeira- desenvolvimento cognitivo e psicomotor - O avanço dos processos evolutivos deve ser
entendido como a maturação neurológica numa ampla dimensão das aprendizagens
(verbal, mímica, gestual e motora). A psicomotricidade como é entendida é um
meio a mais que ajuda a criança a se desenvolver. Ela deve utilizar a expressão
corporal na mais ampla dimensão que se pode dar ao termo, isto é, ela deve
promover um ambiente pedagógico para que a criança experimente movimentos
técnicos e simbólicos, num clima de liberdade para agir e interagir com os
iguais e com os objetos que são colocados à sua disposição, seja num ato
pedagógico, seja num terapêutico (NEGRINE, 1995, p. 140). Vídeo
Psicomotricidade e deficiência Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=6yNQV44njEQ
Se você deixa de
ver a pessoa, vendo apenas a deficiência, quem é o cego?
Se você deixa de ouvir o grito de seu irmão por justiça,
quem é o surdo?
Se você não pode
comunicar-se com sua irmã e a separa de você, quem é o mudo?
Se sua mente não permite que seu coração alcance seu
vizinho, quem é o deficiente mental?
Se você não se
levanta para defender os direitos de todos, quem é o aleijado?
Nossa atitude com as pessoas deficientes pode ser nossa
maior deficiência...” (Autor desconhecido)
Inclusão Sobreposição de preconceitos e barreiras
Instrumentos legais para garantir o acesso ao ensino regular, independente da
restrição do aluno .
Professores que encaravam a deficiência como uma
realidade distante estão tendo que se atualizar para receber estes alunos
Algumas questões surgem neste processo Será que a escola está preparada para
receber essas crianças, tanto no sentido de adaptações para acessibilidade
quanto no apoio necessário aos professores?
Será que os cursos oferecidos aos professores podem de
fato capacitá-los a lidar com alunos com deficiências?
Como os professores e os demais alunos se comportam
diante de crianças com algum tipo de deficiência?
Como a própria criança nessas condições encara a proposta
das escolas inclusivas? Educação física escolar – aluno dispensado Privação de
experiências motoras Modificação de comportamentos, atitudes e visão
estigmatizada
Inclusão de qualidade A formação de professores para o
ensino da diversidade;
O acesso ao currículo, com um projeto pedagógico que
inclua os educandos atendendo ao princípio da flexibilização;
Mudanças no âmbito administrativo, oferecendo recursos
humanos, materiais e financeiros que viabilizem e sustentem a inclusão;
Esclarecimentos para toda a comunidade envolvida no
movimento de inclusão
Condições necessárias para a inclusão nas escolas
Resistência muitas vezes dos próprios pais
Falta de
informações sobre potencialidades das crianças e benefícios da atividade física
Receio que os filhos se arrisquem
Falta de interesse em alguns casos
Inclusão em educação física
Carência de
capacitação profissional
Pouca divulgação
de informações Recursos materiais e instalações inadequados (custo) Visão
assistencialista sobre deficiência - Pontos a serem superados:
Maior divulgação do assunto na mídia
Preocupação com
acessibilidade arquitetônica
Aumento do número de pesquisas na área
Preocupação com esporte educacional (Paralimpíadas
Escolares)
Maior atenção por parte dos profissionais de educação
física para este campo de atuação Educação Física na escola colocada como mais
propícia à inclusão.
-Possibilitar ao sujeito a
compreensão de suas estruturas capacitativas, como equilíbrio, força,
dominância lateral, entre outras, como também as manifestações culturais como o
jogo, esporte, dança, ginástica e lutas. Compreendemos que é por meio das
estruturas capacitativas que o sujeito age no mundo e, desta interação entre
sujeito e mundo mediada pela sua ação, que é possível conhecer o mundo, tanto o
físico como o social.
-No vídeo de Charles
Chaplin. Esse vídeo é uma parte do filme “Luzes da Ribalta”, no qual Carlitos
irá lutar boxe para conseguir dinheiro. Nos filmes que Charles Chaplin fez no
cinema mudo, necessitou de uma rigorosa compreensão da sua motricidade, pois
somente podia contar com ela para realizar a cena, ou seja, usou somente da
linguagem corporal e não da linguagem falada.
- Questões que implicam no
entendimento de como uma aula de educação física deve ser estruturada e
aplicada:
*Quais estímulos podem ser
enfatizados ao longo do processo de ensino e aprendizagem que contribuirão com
essa assimilação e acomodação?
*Quais conteúdos da
educação física podem auxiliar nesse processo?
*Quais estratégias
metodológicas podem ser aplicadas?
*De que forma podemos avaliar
os nossos alunos?
- Quando
a criança vai imitar o movimento de alguém, muitas vezes, ela não está na fase
de desenvolvimento adequado para compreender o que é necessário fazer para
atingir a tarefa com sucesso.
Esses duas tarefas motoras apresentadas nos dois vídeos parecem muito
fáceis na lógica do adulto, contudo, nós, enquanto professores, devemos sempre
estar focados na lógica da criança. Devemos estar alinhados na forma de pensar
da criança, para podermos agir adequadamente, a fim de possibilitar que ela
construa as estruturas mentais necessárias para coordenar as ações necessárias
para uma determinada ação. Sendo assim, nossa ação no mundo não é uma ação
qualquer, é uma ação pensada e que vai se sistematizando ao longo da vida, com
significado e sendo significante para o sujeito.
-Para que o movimento seja
assimilado, ele precisa ter um significado para a criança, evitando, desse
modo, aulas que priorizam apenas o saber fazer, negligenciado o entendimento do
o saber sobre e o saber ser.
-
Devemos deixar claro que, nesse momento da vida da criança, é importante a
realização, pois nessa fase a criança é ação: ela realiza, sabe que consegue
realizar, porém desconhece o processo, não possui uma tomada de consciência
adequada da ação, mas é extremamente necessário que ela realize esses
movimentos para progredir nas estruturas mentais, visando a compreensão de fato
sobre o que está realizando (tomada de consciência), em etapas e fases
posteriores. Continuando a análise do vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=I0C1b3fw0wc&playnext=1&list=PL24B58DFF5D412B7E&feature=results_video – educação infantil, equilíbrio),
identificamos que a dinâmica utilizada é de estações de atividades, não se
esquecendo do principal da aula, o conteúdo.
Como pode ser observado nessa aula, a professora está realizando uma
junção de objetivos de um conteúdo maior, que seria a consciência corporal.
Nessa forma de organizar a aula, a ênfase foi maior sobre o equilíbrio, mas
pudemos observar que os objetivos já trabalhados voltaram a ser utilizados.
- perguntado:
- Professor, qualquer criança sabe saltar! Então, é necessário montar
aulas sobre esse assunto? E eu sempre responderei:
- Sim, é necessário, pois não nascemos sabendo saltar. Esta ação tem que
ser aprendida pelo sujeito.
Para vocês acreditarem no que estou dizendo, vamos fazer uma
experiência! Quando vocês estiverem em campo (na escola), peça para uma criança,
em torno de um ano e meio que já anda e corre, saltar sobre um risco feito no
chão. Se ela não compreender o que pede, demonstre a ela e peça para ela
repetir a ação que você realizou. Será que esta criança vai conseguir fazer a
tarefa? A questão do saltar é complexa, pois exige a coordenação de outras
noções que em uma criança muito nova não estão desenvolvidas, como a noção
espaço-temporal (espaço e tempo para executar uma ação).
Sendo assim, a ação de saltar é uma ação que, necessariamente, tem que
ser aprendida, assim como as outras habilidades. Porém, nessa fase em que se
encontram as crianças que pedi para realizarem a experiência, elas certamente
não possuem uma tomada de consciência adequada de sua ação.
Mesmo que perguntássemos para uma criança maior, de aproximadamente 3
anos, se quando ela realiza o salto o seu braço participa desta ação, a
resposta em geral é que não, e apontam que somente as pernas fizeram a
ação. Ou seja, a compreensão sobre a sua corporeidade é parcial.
Podemos concluir, nesse sentido, que as aulas de Educação Física devem
ser sempre ser planejadas, sobretudo a partir do desenvolvimento cognitivo,
afetivo e motor que as crianças apresentam em cada fase de sua vida. Além
disso, os planos de aula devem contemplar os mais diversos conteúdos referentes
à motricidade humana, desde a sua etapa de realização mais simples até a forma
mais complexa, visando a compreensão de todo o processo pedagógico na
construção de uma ação.