segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

01 ANO A 02 ANOS

1.Motor e individual (0-2 anos) – Não se pode falar senão de regras motoras, aqui não há regras propriamente coletivas.
Berçário
 Piaget diz que desde o nascimento até por volta de quatro anos, a criança constrói o seu conhecimento acerca do espaço explorando-o a partir de seu corpo. Virar-se no seu berço, deitar, sentar, rolar, engatinhar, andar são meios através dos quais se delineia a exploração desse espaço, centrada no seu próprio eu.
Desde esse momento se inicia o desenvolvimento das noções espaciais chamadas de topológicas que envolvem os conceitos de dentro, fora, ao lado, na frente, atrás, perto, longe, em cima, embaixo. Essas noções são ligadas à geometria e são importantes, tanto para o trabalho com a geografia e a cartografia, quanto para a matemática. As noções topológicas se desenvolvem desde o nascimento até aproximadamente quatro anos, com base na relação direta do corpo da criança com o espaço ao seu redor, assim ela identifica e localiza os objetos tomando como referência o seu próprio corpo. Se algo está "longe" é porque está longe dela, se está "ao lado" é porque está ao lado dela e assim por diante.
Dos quatro aos sete anos a criança começa a perceber que o seu próprio corpo não é um referencial tão preciso e, portanto, que podem ser usados outros referenciais sem alterar a localização dos objetos. Os referenciais passam a descentralizar-se, a tornar-se independentes do "eu". A criança começa a perceber que um mesmo objeto pode estar, ao mesmo tempo, "longe" dela e "perto" da mãe, ou, "em cima" da mesa e "embaixo" do livro. O conceito de espaço supõe, também, a formação das noções de distância, comprimento ou longitude, superfície e volume espacial. É no estágio operacional-concreto, a partir dos sete até por volta de onze ou doze anos, que se desenvolve a função cognitiva referente às conservações espaciais que dão suporte a estas noções, e que são necessárias ao desenvolvimento do conceito de espaço. Diz-se que a criança adquiriu a conservação quando é capaz de perceber que, mesmo alterando-se alguma condição no fenômeno observado, existem outras condições que não se alteram.
Até um ano ele é solitário de manipulação de objeto, um adulto deve ir estimulá-lo.
A criança por volta de um ano, um ano e meio, começa a fazer seus primeiros traços gráficos e ela sente prazer nisto. O prazer sentido pela criança não está no resultado de seus rabiscos e sim na sensação do deslizar do lápis na folha, do som que ele produz e do gesto, do movimento
Jogos funcionais: estimulam movimentos coordenados como bater palmas, dar tchau, identificar objetos ou estimular funções sensoriais, destinados principalmente para bebês.
-exploração do corpo, dos espaços e dos objetos, construção da função simbólica. Organizar com diferentes brinquedos= bolas, objetos que rolam, que produzem sons, que podem ser enfiados, sobrepostos, colocados uns dentro dos outros
crianças de 0 a 1 ano e meio/2anos
-jogos de exercício = sensório-motor
-Sensório-motor 1 a 2 anos – rabiscação e garatujas – realismo fortuito.
--12 a 18 meses – Atividades de transformações, como tintas, massas e texturas diversas. Livrinhos com gravuras e texturas variadas.
-Conteúdos de música: 13-18 meses Acontecimentos=vocalizações: experimentação vocal; jogos musicais; aprendendo a vez de cada um (cadê?); fala as primeiras palavras.
-Conteúdos de música: 19-24 meses Acontecimentos= aumento de vocabulário; experimentação livre com canções; surgimento de canções espontâneas curtas, consistindo, geralmente, em pequenos intervalos melódicos, com padrão rítmico flexível.
ESTIMULAR O BB A FASE DAS REÇÕES CIRCULARES TERCIÁRIAS 12 A 18 MESES:
-Ofereça várias figuras de objetos conhecidos e depois ajude a criança a fazer relação da figura com o objeto;
-Apresente à criança um jarro com tampa de rosca para encher, esvaziar, abrir e fechar;
-Brincadeiras com água, na areia , na terra ou na banheira;
-As crianças gostam de brincar com grande quantidade de objetos. Ofereça à criança bolinhas, tampas frascos, carretéis, etc;
-Ofereça encaixes com formas geométricas;
-Ofereça quebra-cabeças simples;
-Ofereça um conjunto de bloquinhos de madeira para a criança empilhar;
-Oportunize a ida da criança à caixa de areia;
-Ofereça bancadinha de madeira para a criança martelar;
-Ofereça um haste com argolas de tamanhos decrescentes que se encaixem;
-prenda um barbante em um caixa de papelão para fazer um caminhão de puxar.
ESTIMULAR O BB NA FASE DAS REPRESNTAÇÕES MENTAIS 18 a 24 meses:
-Oferecer quebra- cabeças simples e ir graduando a complexidade;
-Brinquedos que se encaixam um dentro dou outro com tamanhos diferentes;
-Jogos de encaixe com formas geométricas;
-Ofereça para a criança telefones de brinquedos, estimulam a comunicação e o faz de conta;
-Encoraje as crianças a cuidarem da horta;
-promover momentos para a criança dançar aumentando a sua consciência corporal;
-Ofereça bonecas, panelinha, carrinhos, etc., incentivando o faz de conta;
-Imite sons dos animais, como : gato, cachorro passarinho, etc;
-Pintar usando os dedos.
Mais ou menos com um ano , um ano e meio a criança já deve manusear papéis grande e lápis de preferência gizão de cera para fazer seus primeiros registros gráficos. Ela ainda não percebe que é o lápis que risca o papel, pois para ela o importante são os gestos, os movimentos, os sons as sensações do giz deslizando no papel e a exploração dos materiais. Estamos nos referindo aqui à fase chamada por Viktor Louwenfeld. A criança utiliza a cor apenas pelo simples prazer de experimentá-la, sem intenções. Nessa fase, a criança explora o mundo por meio dos sentidos, ela precisa tocar, provar os objetos. Esta exploração não é intencional, ela ocorre por reflexos.

Desenho com carvão                         --  pintura com esponja
Desenhos com gizão de cera           -- impressões das partes do corpo(mãos, 
                                                                   pés, digitais etc)                  
Desenhos coletivos                           -- tinta nanquim, anilina sobre o papel 
                                                                    Molhado
                                                               --  Tinta nanquim ou anilina com goma 
                                                                       Arábica
                                                                -- rolos de tinta.
-- Para um melhor entendimento sobre o desenvolvimento do movimento humano é que ela ocorre sempre como um processo de construção, que parte dos reflexos e vai se constituindo na vida do sujeito. Assista ao vídeo abaixo, que diz respeito aos reflexos dos bebês. Tente analisar a forma como os movimentos são emitidos pelas crianças, indicando os primeiros movimentos que elas estabelecem com os estímulos advindos do meio ambiente.
https://www.youtube.com/embed/W5EUSL9EBC0
Nessa fase, portanto, as crianças percebem e sentem os estímulos emitidos pelo ambiente e respondem em forma de movimentos reflexos e primitivos. Ao longo da vida, esses movimentos vão sofrendo variações e aperfeiçoamentos, e novos movimentos vão sendo criados a partir de novos estímulos. A criança passa a entender algumas manifestações corporais que realiza, mas no início, geralmente, ela consegue fazer determinadas ações, porém, ao pedirmos que explique como fez, ela apresentará dificuldade para verbalizar o que realizou. Muitas vezes, ela repete a ação para nos explicar motoramente. Esse processo é denominado tomada de consciência em atos. A ação é realizada e está pautada em um saber fazer inicial. A criança sabe que consegue fazer, porém não consegue explicar o processo. Também temos os casos de que a criança compreende a ação, entretanto, não consegue realizá-la. Veja o vídeo abaixo para compreender melhor essa fala.
https://www.youtube.com/embed/clYkfJNDjeE
Nesse vídeo, a criança compreende o que é necessário para conseguir chutar uma bola, porém não possui ainda a coordenação motora necessária para a ação. Pudemos observar o quanto a criança se irrita com a sua incapacidade inicial de não conseguir chutar a bola. Ela sabe o que necessita fazer. Ela apresenta que consegue soltar a bola com as mãos e que também realiza a ação de chutar, porém não consegue coordenar estas duas ações ao mesmo tempo. Para tanto, é necessária uma coordenação espaço temporal, ou seja, deve soltar a bola e conseguir calcular, mentalmente, o tempo que a bola leva para percorrer um espaço adequado para que consiga chutar.
Outra ação bastante comum que observamos nas crianças, sobretudo na fase de aquisição de novos movimentos, a partir de diferentes experiências, é a cópia ou imitação de outras pessoas. Observe o que acontece no vídeo abaixo.
https://www.youtube.com/embed/vyhTaDyytvs
Quando a criança vai imitar o movimento de alguém, muitas vezes, ela não está na fase de desenvolvimento adequado para compreender o que é necessário fazer para atingir a tarefa com sucesso.
Esses duas tarefas motoras apresentadas nos dois vídeos parecem muito fáceis na lógica do adulto, contudo, nós, enquanto professores, devemos sempre estar focados na lógica da criança. Devemos estar alinhados na forma de pensar da criança, para podermos agir adequadamente, a fim de possibilitar que ela construa as estruturas mentais necessárias para coordenar as ações necessárias para uma determinada ação. Sendo assim, nossa ação no mundo não é uma ação qualquer, é uma ação pensada e que vai se sistematizando ao longo da vida, com significado e sendo significante para o sujeito.

João Batista Freire está correto em afirmar que nascemos prematuros a respeito de nossa motricidade, porque nascemos sem conhecer o mundo que nos rodeia e nem a nós mesmos. Porém, nascemos com uma enorme capacidade de aprender.