domingo, 17 de dezembro de 2017

COMO FAZER TEXTOS

Tiago Brunet - Como escrever - montar escopo - qual editora visitar.
Algumas situações de aprendizagem de acordo com Almeida(2009):
*Estrutura textual: é a atividade que garantirá o desenvolvimento da noção de texto;
*Transcrição : é a atividade na qual o professor escreve enquanto os alunos ditam;
*Editoração: ocorre depois da transcrição. É uma atividade onde o aluno ou o conjunto de alunos decidem quais elementos devem fazer parte do texto;
*Retextualização: tem o mesmo sentido de reescrita;
*Intervenção: é a prática efetiva do professor.
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Problemas de ordem linguística: ortográfico, morfológico, lexial, sintático.
Problemas de ordem textual: coesão coerência.
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Para construir o sentido do texto, o leitor ou o escritor devem ligar entre si todos os tipos de índices percebidos(contexto, tipo de texto, léxico, atributos gramaticais significativos,, palavras, letras , etc) e elaborar a partir deles um conjunto coerente, que tenha sentido e que responda à finalidade de seu projeto e ao que nele está em jogo (Jolibert; Straiki 2008).
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Gênero Textual : é uma função social e pode sofrer mudanças(bula, historias, receitas, cartas, textos...) 
Tipologia Textual é: narração ,descrição ,dissertação,dissertação exposição,dissertação argumentação ,injunção instrucional,predição ,dialogal convencional . As duas estão em nosso dia a dia uma acompanhando a outra. ------    O Gênero Textual é o nome que se dá às diferentes formas de linguagem empregadas nos textos. Tipologia textual são as classificações mais clássicas de um texto: A narração, a descrição e a dissertação. Hoje já se admite também a exposição e a injunção. Ao todo são 5 (cinco) tipos textuais.
--A abordagem de categorias gramaticais (fonéticas/fonológicas, morfológicas, sintáticas, morfossintáticas) e de convenções da escrita (concordância, regência, ortografia, pontuação, acentuação etc.) deve vir a serviço da compreensão oral e escrita e da produção oral e escrita, e não o contrário. Dessa forma, a criança deve aprender e dominar o sistema linguístico (formal e informal) para compreender os textos (práticas sociais) em suas diversas modalidades.
GRAMÁTICA
-Regra gramatical (especificidades do sistema lingüístico em seus usos – as regras do texto escrito). Entende-se por regras gramaticais as especificidades do sistema linguístico em seus usos. Regras não existem apenas para regular o uso culto da língua, ao contrário, todos os usos da língua são submetidos à aplicação de regras.
Tipos de gramática:
1.                   Gramática Normativa É aquela que busca a padronização da língua, estabelecendo as normas do falar e escrever corretamente. Costuma ser utilizada em sala de aula e em livros didáticos. 2. Gramática Descritiva Prioriza a descrição dos fatos da língua, com o objetivo de investigá-los e não de estabelecer o que é certo ou errado. Enfatiza o uso oral da língua e suas variações.
2.         3. Gramática Internalizada Essa concepção percebe a gramática como o conjunto das regras que o falante de fato aprendeu e das quais lança mão ao falar. Surge da construção progressiva de hipóteses sobre o que seja a linguagem e de seus princípios e regras.
--Variação Línguística  -  Os vários usos da língua falada, conforme cada região, época, classe social.
Modalidades de variação linguística (Camacho 1988)  -  Variação histórica – consiste em duas grandes variantes: a forma substituta e a forma substituída. Antigamente Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. Carlos Drummond de Andrade.
Variação geográfica (fonética) – é a maneira particular de cada região de pronunciar sons, utilizar determinadas construções e aplicar o vocabulário.
Variação geográfica (Lexical): diferença de vocabulário conforme a região . Exemplos: 1. Curitiba: penal = estojo para guardar lápis e canetas. 2. Nordeste: cheiro = carinho feito em alguém; em outras regiões: beijinho. 3. Norte/ Nordeste: macaxeira; o mesmo que mandioca ou aipim.
Variação geográfica (Sintática): diferença na estrutura da frase conforme a região. Exemplos: 1. Maranhão, Espírito Santo e Rio Grande do Sul: Tu já estudaste química? 2. Na maioria dos outros estados: Você já estudou química?
Variação social – é a semelhança entre os diversos falantes de um mesmo grupo. Alguns dos fatores dessa variação são: o grau de educação, a idade, o sexo, o poder econômico, entre outros.
ANÁLISE LINGUÍSTICA
No ciclo de alfabetização, ganha destaque a compreensão e o domínio do sistema alfabético/ortográfico. À medida que se avança na escolaridade, a reflexão sobre os recursos linguísticos vai se aprofundando: a) a reflexão acerca da materialidade do texto (seleção lexical, recursos morfossintáticos, sinais gráficos, diagramação, dentre outros aspectos); b) a apropriação de estratégias de exploração dos elementos constitutivos da textualidade (unidade e progressão temática, articulação entre partes, modos de composição tipológica, intertextualidade e polifonia, argumentatividade, planos enunciativos, relações entre recursos de coesão e coerência, dentre outros).
O GRANDE LINGUISTA BRASILEIRO, Mattoso Câmara Jr a gramática normativa não se anula diante  descrita. É um erro profundamente perturbador misturar as duas disciplinas e pior ainda fazer linguística sincrônica com preocupações normativas (Estrutura da Língua Portuguesa).
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- Ciência Lingüísticas
- vivemos numa sociedade grafocentrica
São consideradas variedades dialetais de natureza social "os jargões profissionais ou de determinadas classes sociais bem definidas como grupos (linguagem dos artistas, professores, médicos, mecânicos, estivadores, dos marginais, classe social alta – econômica e/ou culturalmente , favelados, etc.)" 
(TRAVAGLIA, 2005, p. 45).
- formas de uso da língua =
 Fonética
 Morfológicas
 Sintáticas
 Semânticas
 Lexicais
- A Variação Regional (dialetos), é a variação que ocorre segundo determinadas regiões geograficamente situadas.
Nesse sentido, assinale a alternativa que apresenta um exemplo adequado de variação regional:


Alternativas:
  • a)
Variação lexical: pronúncia do (r) no Rio de Janeiro e Paraná.
  • b)
Variação lexical: macaxeira, mandioca, aipim.
Alternativa assinalada e certa corrigida
  • c)
Variação fonética: pipa, papagaio.
  • d)
Variação fonética: pobrema, problema, poblema.
  • e)
Variação fonética: excessão, essessão.
-Existem 4 tipos de variação linguística=
Nesse sentido, associe a primeira coluna de acordo com a segunda:
I. variação geográfica = Formas diferentes na maneira de se expressar, por meio do vocabulário, do sotaque e outros fatores que distingue um falar de uma região para outra.
II. variação social = Jargões profissionais ou de determinadas classes sociais bem definidas como grupos.
III. variação histórica = Palavras, expressões e construções que são consideradas arcaicas, pois, com o tempo, deixaram de ser usadas.
IV. variação estilística = O falante, ao dizer algo, deve adequar a sua fala aos tipos de receptores.

1. Variação geográfica ou diatópica
De acordo com Camacho (1988, p. 31) “numa comunidade lingüística relativamente extensa, onde todos falam o mesmo idioma, notam-se variações que se traduzem na forma de pronunciar os sons, nas construções sintáticas e no uso característico do vocabulário”.
Assim, cada região geográfica possui uma forma diferente na maneira de se expressar, por meio do vocabulário, do sotaque e outros fatores que distingue um falar de uma região para outra.

1.2 Variação social ou diastrática
 A variação social é um dos tipos de variação mais marcante entre uma comunidade lingüística, pois é uma das causas do preconceito lingüístico. Sabemos que a variedade dos falantes de nível social elevado é mais valorizada e, por outro lado, se estigmatiza a variedade das classes menos favorecidas.
São considerada s variedades dialetais de natureza social “os jargões profissionais ou de determinadas classes sociais bem definidas como grupos (linguagem dos artistas, professores, médicos, mecânicos, estivadores, dos marginais, classe social alta – econômica e/ou culturalmente , favelados, etc.)” (TRAVAGLIA, 2005, p. 45).
Além do nível sócio-econômico, existem outros fatores que determinam a formação de setores distintos de atividade verbal no interior de uma comunidade geograficamente homogênea, como o grau de educação, idade, sexo. (CAMACHO, 1988).
Ainda em relação à variação diastrática, verificamos a variedade que ocorre em decorrência da faixa etária distinta entre os falantes: crianças, jovens, adultos, idosos. De acordo com Travaglia (2005, 46), “durante a vida a pessoa passa de um grupo para outro, adotando as formas de um grupo e abandonando as do outro”. Assim, conseqüentemente, assume a fala que específica o grupo a que passa a fazer parte.
Exemplo  de diferença de faixa etária:
A gíria, que marca a fala dos adolescentes. No entanto, ele explica que, apesar de haver diferenças entre a fala de uma pessoa mais velha com a fala de um jovem, isso não quer dizer que o intercâmbio lingüístico entre eles seja prejudicado.
1.3 Variação histórica ou diacrônica Não podemos afirmar que duas variantes diacrônicas (históricas), a substituta e a substituída, não coexistam num mesmo plano temporal, uma vez que uma deve cair em desuso para que a outra sobreviva. É importante salientar que as mudanças ocorrem de forma lenta e conforme Faraco (2005, p. 14), “os falantes normalmente não têm consciência de que sua língua está mudando”. Assim, uma variante não deixa de existir de uma hora para outra.
No entanto, sabemos que existem palavras, expressões e construções que são consideradas arcaicas, pois, com o tempo, deixaram de ser usadas.
Porém, Camacho (1988) explica que algumas variantes em desuso ainda são utilizadas por alguns falantes de idade avançada, pois mantêm formas de expressão adotadas como prestigiosas pela norma pedagógica ou social de suas épocas.
Temos como exemplo de variação diacrônica as gírias da jovem guarda: broto, carango, legal, coroa, cuca, barra limpa, barra suja, lelé da cuca, mancada, pão, papo firme, maninha, pinta, pra frente e, "É uma brasa, mora?”.
Atenção: Esses exemplos são de variação diacrônica, mas também de variação social, pois indicam diferenças de faixa etária, ok.
1.4 Variação estilística
 Verificamos que existem diversidades lingüísticas que são marcadas pela variação social, geográfica, história, no entanto Camacho (1988, p.33) expõe que:
Não há falante de região e meio social homogêneos que fale sempre da mesma forma. Numa comunidade lingüística em que todos os membros tenham nascido e vivido no mesmo local e no mesmo âmbito social, a simples observação de sua atividade verbal revela diferenças notáveis de estilo, de acordo com a variação das circunstâncias em que o ato se produz.
Um indivíduo numa roda de amigos não terá o mesmo comportamento do que em uma reunião de trabalho, assim ocorre também com sua fala. O grau de reflexão sobre o que irá falar será diferenciado de acordo com a situação. Assim, a variação estilística é o resultado da adaptação da forma lingüística específica do ato verbal. 
O falante, ao dizer algo, deve adequar a sua fala aos tipos de receptores. Nesse caso, convém refletir sobre o papel do professor. Muitas vezes o docente impõe a norma culta como a única aceitável, não considerando que existe uma variação estilística, que determina como cada falante deve se comportar diante as diferentes situações de sua vida.
Nenhum indivíduo consegue, a todo tempo, ter uma fala homogênea, como se a língua fosse uniforme em todos os momentos. Antunes afirma que “o bom uso da língua é aquele que é adequado às condições de uso” (2007, p. 104)


Para estudiosos da área da aquisição de linguagem, ouvir e ler são, respectivamente, habilidade de compreensão oral e compreensão escrita, enquanto falar e escrever são reconhecidos como habilidades de produção oral e produção escrita.
A ênfase dada às quatro habilidades linguísticas é oportuna para se desmitificar a ideia de que o bom orador é um bom escritor. Ou de que o bom ouvinte é um bom leitor e vice versa.
É por meio do contexto que, por exemplo, as ambiguidades, polissemias, e as metáforas são compreendidas.
A estratégia de “seleção” alude a leitura mais dinâmica do texto, selecionando e discriminando elementos (ir) relevantes. Já a “antecipação” envolve as hipóteses elaboradas a partir de nossos conhecimentos prévios sobre o autor, o meio de veiculação do texto, o gênero textual, o título e a distribuição e configuração de informações no texto. A “inferência” envolve a leitura do texto nas estrelinhas, ou seja, a interpretação de informações que estão implícitas (por exemplo, ao inferir quem é o personagem principal na história ou então ao inferir qual era a intenção do autor ao escrever determinado texto etc, ), mas que forma baseadas em pistas fornecidas pelo próprio texto ou pelos conhecimentos do leitor sobre o assunto . Na estratégia de “verificação”, as hipóteses e as inferências podem ou não ser confirmadas após da leitura e análise total do texto (KOCH, ELIAS, 2013).
A diversidade de textos permite ao leitor observar essa pluralidade de sentidos e também de efeitos da leitura, tais como, o riso, a indignação, a adesão e a recusa (Riolfi et al., 2008) . Portanto para compreender a sátira, a ironia e a ambiguidade de expressões presentes em paródias, charges, tirinhas e piadas,; para se entender o tom persuasivo presente em textos publicitários ou do tipo argumentativos; para se considerar a função imaginativa presente nas ficções, para isso e muito mais o leitor precisa ter acesso a diferentes textos produzindo diferentes conhecimentos e até mesmo para aprender a selecionar o texto de acordo com seus interesses de leitura. A atenção do aluno em uma leitura pode estar relacionada ao seu nível de interesse/ motivação na leitura e, conforme Koch e Elias (2013, a leitura pode apresentar vários objetivos , tais como o de informar(jornais, revistas), elaborar romances), consultar (dicionários, catálogos), entre outros, Riolfi et al (2008 p. 49) elencam como motivações para a leitura: a Busca de informações (sob o intuito de se informar por meio da leitura do texto); 2) o estudo do texto (sob o intuito de aprender com o texto); 3) o pretexto para uma atividade indireta; e 4 a fruição ( cujo único objetivo é ler pelo prazer de ler, sem uma demanda externa).
-Hipótese –
Inferência –
-Efeitos do texto –
 -Coerência –
-Conhecimentos interacionais: baseado nas formas de interação por meio da linguagem , faz referência aos conhecimentos: ilocucional, comunicacional, metacomunicativos e superestrutural (ou conhecimento de gêneros textuais). Nesse nível de conhecimento devem ser observados por exemplo, conhecimento comunicacional da adequação de variante linguística utilizada em um (con)texto.
-Conhecimentos linguísticos: envolve o aspecto gramatical (verbos, adjetivos, pronomes etc. ) e o aspecto lexical da língua, incluindo vocabulário e suas regras de funcionamento (sintaxe). --Na produção de sentidos em um texto, são os recursos da língua como objetos de analise.
-Contexto sociocognitivo: para Koch e Elias (2013), o contexto sociocognitivo dos interlocutores é responsável por reunir todos os tipos de conhecimentos arquivados na memória dos sujeitos. A partir desse contexto, o leitor é capaz de construir uma cadeia de suposições, necessária para tecer os sentidos implícitos ( e também explícitos) no texto.
-Contexto: diferente do contexto, o contexto envolve o caráter linguístico do texto, ou seja o que está claramente apresentado no texto, sem exigir do leitor a ativação de conhecimentos prévios e partilhados.
-Materialidade linguística: trata-se da materialização da língua em um texto ou discurso.
-Paródias : uso de ideias de um texto sob o intuito de ridicularizar, criticar ou contestar o texto fonte, transformando os sentidos produzidos, no texto original.
Nas aulas de leitura , a opressora Rosa compartilhou uma releitura da obra O Príncipe, de Nicolau Maquiavel. A professora observou que os alunos apresentaram diferentes interpretações sobre o mesmo texto, alguns entenderam que era um livro sobre fatos históricos, outros um livro sobre a perversidade contra o povo .Refletindo sobre  situações como essas que ocorrem com frequência em sala de aula, justifique como isso é possível, ou seja, como pode haver duas leituras distintas de uma mesma obra? Houve uma pluralidade de leitura e de sentidos. Como a produção de sentidos na leitura pode variar conforme os objetivos de leitura e a influência dos conhecimentos linguísticos, enciclopédicos e interacional , por essa ração é possível vislumbrar a pluralidade de leituras e de sentidos durante a leitura.
BEST-SELLERS  (como são conhecidos os livros mais vendidos) tem sido composta, em geral por livros de menor complexidade textual. Segundo Riolfi et all 2008 p. 76, a busca dos consumidores é por “boas histórias”, por um livro leve e ou textos que respondam a angústias e promovam sucesso pessoa e ou profissional. Os autores defendem que já se foi o tempo em que literatura estava claramente definida e associada às belas artes. Agora, a preferência dos leitores se debruça sobre obras mais digeríveis , de consumo rápido , o que eu difere da essência literária  que “[...] há quase dois séculos opõe-se ao natural, ao normas, ao palatável “ Riolfi et al 2008 p. 77. Porém por razões textuais ou históricas, não atendem as expectativas de um texto literário. Com esses livros, seria viável realizar a análise da sua composição demonstrando “[...]como as estratégias discursivas se repetem nesse tipo de obra” Riolfi et all 2008 p. 79. Nesse sentido, as aulas de literatura se tornariam também um espaço de criticidade e de análise dos textos produzidos e consumidos nos dias de hoje.
Em consonância com Rilfi et all 2008, os chamados livros paradidáticos são em geral, constituídos de uma linguagem empobrecida, com a intenção de facilitar“ a leitura do público jovem. Já as adaptações, muitas vezes deixam de se apresentar como adaptações e acabam se passando por obras originais. As releituras e adaptações se distanciam muito da riqueza da obra original e, por consequência, não propiciam as mesmas emoções e encantamento no leitor, uma vez que foram desenvolvidas com fins pedagógicos e com o aspecto moral de se buscar sempre uma lição a tirar da leitura realizada. Na opinião de Riolfi et al 2008 p 80-1, esta se torna uma ação pedagógica frustrada, por em nome de uma pretensa “formação global” do adolescente, os livros mais parecem manuais de auto ajuda, desinteressantes, mal escritos, que não cumprem outra função senão de fazer o jovem se desinteressar pela literatura. Assim o resultado é uma formação às avessas: a aluno sai da escola pensando que literatura são histórias chata sem que personagens mais chatas ainda dizem o que deve ser feito e sobretudo, o que não se deve fazer. Dito isso, é possível levantar dois pontos de antemão: 1) o professor não pode cair na tentação de se restringir aos textos literários que se encontram na biblioteca de sua escola e 2) é preciso estar atento para que o ensino de literatura não seja confundido com aspectos de moralidades engendradas nas famosas questões “que lição  possível tirar dessa história?” ou qual a moral da história? As implicações do ensino de literatura não devem, portanto, ser associadas à lógica utilitarista  dos livros de auto ajuda, que têm como função ensinar ao leitor como agir na sua vida para obter maior êxito pessoal ou profissional. Sobre essa questão, os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (Brasil 1997 p 30 advertem que o ensino da literatura não deve ser tratado coo “[...] expediente para servir de ensino das boas maneiras dos hábitos de higiene, dos deveres do cidadão, dos tópicos gramaticais das receitas desgastadas do “puro prazer”, etc). Essa conduta, segundo tal documento, não contribui para a formação do aluno como leitor capaz de reconhecer “as sutilizas, as particularidades, os sentidos, a extensão e a profundidade as construções literárias”. Conforme Riofi et al 2008 , a palavra literária atrai o leitor pelo puro deleite, e esse deve continuar sendo seu diferencial, especialmente na sociedade morna na qual estamos inseridos, em que para que algo receba atenção, é necessário apresentar uma utilidade. Assim, é importante compreender que a literatura não serve simplesmente para nos oferecer respostas. Ela também o faz mas não mediante uma caricatura deformada de suspensão de problemas. Se assim fosse, o que faríamos com toda a literatura que coloca em evidência não a figura do herói mas a do anti-herói envolto em dúvidas,  espasmos e ações contraditórias? (Riolf et al., 2008 9,098).
A literatura tem, portanto, uma essência desestabilizadora, que pode despertar no leitor o gosto, o desgosto ou a dúvida, mas são essas as particularidades que a caracterizam. Observe por exemplo, o excerto do poema Versos Íntimos de Augusto dos Anjos:
Se alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga
Escarra nessa boca o que te beija!
A escrita do poema pode despertar gosto, desgosto ou dúvida, e diante disso o professor deve acolher as diferentes reações dos alunos debate-las nas aulas de literatura. Segundo Riolfi et al 2008  o professor  não deve naturalizar esse tipo de texto, fingindo que ele mesmo não se espanta, é preciso discutir o estranhamento com os alunos. Para os autores, a questão do gosto passa pela reflexão e, nesse aspecto, é importante não “tentar pasteurizar os modos pelos quais um homem goza” (Riolfi et al 2008 p 100. Logo é necessário aceitar os diferentes gostos literários, considerando que haverá por exemplo, alunos apaixonados por Machado de Assis e outros que o renegam, alguns deslumbrados com poesias enquanto outros nem tanto. Mas, sobretudo, é relevante que aos alunos veja essa a oportunidade de construir esse gosto literário e de se posicionarem criticamente com relação à literatura. Essas justificativas tornam evidente a importância de se ensinar literatura. Não podemos deixar de mencionar que a literatura se constitui como legado cultural, propiciando ao leitor vivenciar outras culturas e outras épocas, além de conhecer a própria cultura e até mesmo se identificar com o texto lido. A literatura serve também para acessa a história e ao mesmo tempo outros textos, uma vez que toda leitura é atravessada por outras leituras que constroem e situam o seu contexto. Você não deve se esquecer de que por meio da literatura o aluno entra em contanto com a composição narrativa. Ao se aproximar de diversas narrativas, o aluno pode cotejar diferentes complicações e desfechos, muitas vezes inesperados.
Adaptações em quadrinhos emprestando as palavras de Riolfi et al 2008 p. 82, “as histórias em quadrinhos há muito flertam com a literatura”. Assim é possível realizar várias atividades envolvendo excelente adaptações em quadrinhos da literatura como, por exemplo, adaptação de Caco Galhardo  a uma de Will Eisner para o clássico Dom Quixote.
Segundo estes autores 2011 p. 109, tanto a leitura quanto a escrita de poesias e poemas devem ganhar o espaço escolar, mas conscientes de que o ensino destes não tem por objetivo formar escritores e poetas, e sim “[...] aproximar e sensibilizar os alunos, quer do Ensino Fundamental, quer do Ensino Médio, em relação à leitura da palavra poética e, se possível à escrita”.
Entretanto, compreender as relações que determinam a escrita ainda não são suficientes para formar bons leitores. , outras intervenções por parte do professor são necessárias. E por intervenções você pode entender as intervenções textuais (tais como o uso de pontuações, conectivos , advérbios pronomes, etc), seja no plano da argumentação e da coerência.
Segundo Riolfi et al 2008 p.148-51 destacar  os efeitos de sentido que os conectores discursivos podem estabelecer é uma excelente estratégia para demonstrar o uso desses elementos linguísticos.
Portanto (conclusão) – Ela não estudou nada portanto foi reprovada.
 Embora (contrajunção ) - eu me surpreendi com aquela atitude embora eu tenha convivido com ele por séculos.
Ou (disjunção) – você quer café ou prefere chá.
Além disso (conjunção) – ele é bonito, charmoso e carinhoso além disso é rico.
Assim que (temporalidade) – eu ligo na sua casa assim que eu chegar do trabalho.
A dicotomia(divisão de um elemento em duas partes, em geral contrárias, como a noite e o dia, o bem e o mal, o preto e o branco, o céu e o inferno etc) entre oralidade e escrita percebendo como estas não se opõem mas  convivem harmoniosamente em diferentes práticas sociais. A escrita serve a função da interação com sujeitos ausentes, exige para isso recursos bem distintos da função da interação com sujeitos ausentes, exige para isso recursos bem distintos da oralidade, tais como o domínio de pontuação, de ortografia, de elementos coesivos, de regras gramaticais entre outros. Nesse contexto, o professor poderá cotejar as modalidades de língua demonstrando aos alunos suas singularidades e a forma apropriada de uso de cada uma.
Conectivos: os  elementos de coesão são palavras ou expressões cuja função é estabelecer elos entre orações (parágrafos ou períodos)
, para criar relações entre segmentos do discurso. São exemplos de elementos de coesão as  preposições ( a, de , com par, por, etc.), as conjunções ( que, para que, quando, embora, mas entretanto e, ou, etc), os pronomes (este, ela, seu , sua, este, esse , aquele, que, o qual, etc) e os advérbios ( aqui, aí, lá, assim, etc).
Coerência textual: a coerência de um texto etá relacionada à produção de sentido, logo um texto incoerente é aquele que não possui sentido. Para Koch e Elias 2013, a coerência está no processo de interação do leitor com o autor e o texto, baseados nos conhecimentos sociocognitivos internacionalmente constituídos. Em outras palavras, a identificação da coerência textual exige a ativação dos conhecimentos linguísticos, enciclopédicos, textuais e interacionais do leitor.
Incoerência textual - contradições
Coesão textual – para Koch e Elias 2013 , a coesão é responsável pela sequência organizada de enunciados, em que cada parte se conecta harmoniosamente à outra, garantindo uma leitura fluída.
Linguagem coloquial se refere à linguagem informal ou popular utilizada no cotidiano, sem um comprometimento com o rigor gramatical da norma padrão.
Variedade linguística, o coloquial cabe perfeitamente nos contextos familiares e informais, enquanto a linguagem formal é a mais adequada pra uma entrevista de emprego para uma palestra e especialmente para a escrita.
Polissemia – é quando um mesmo termo dentro de uma língua recebe diferentes significados, manifestando diferentes sentidos.
Metáfora –ocorrem quando uma palavra ou expressão é utilizada em um sentido figurado por meio de comparações com outros termos. Trata-se de uma figura de linguagem (ou figura de estilo) utilizada especialmente em textos literários, empregando-se uma palavra sob um sentido que não é comum, mas a partir do contexto é possível estabelecer uma relação de semelhança entre os termos.
Identidade social – refere-se ao sentimento de pertencimento a um grupo social, diferenciando-se de outros grupos . Entender o sujeito na pós- modernidade requer admitir que é possível que um mesmo indivíduo possua várias identidades sociais, como por exemplo uma identidade de gênero, outra de raça e ou etnia, de cunho religioso, de origem profissional, etc.
Narrativas – basicamente, estão relacionada a episódio de contar histórias . Conforme Riolfi e colaboradores 2008 p. 102 – 3 , apesar de apresentar uma gama de variações “a estrutura de uma narrativa, seja conto seja romance, pode ser resumida em poucas palavras: alguém narra determinado tempo da história de uma pessoa que vive em algum lugar”.
Recursos estilísticos – refere-se à linguagem artística e crítica de um autor ao expressar a realidade.
Para um conhecimento integral da língua, Geraldi 1991 apud Riolfi et al 2008, recomenda que a gramática seja explorada através de diferentes atividades a saber:
1 – atividades linguísticas – da língua , fala – conforme Riolfi e colaboradores 2008 p. 181, as atividades linguísticas dizem respeito às práticas em que o falante usa a língua ou seja envolve ações como conversar, discutir, ler um texto , etc.
2 – atividades epilinguísticas:  da forma de expressão na escrita - é representada por Riolfi e colaboradores 2008 como a atividade na qual o falante reflete sobre a língua de forma intuitiva, como a atividade na qual o falante reflete sobre a língua d forma intuitiva, como quando o sujeito deseja escrever uma poesia ou uma carta de amor e para tanto busca os melhores termos para impressionar o seu leitor.
3 – atividades metalinguísticas: para Riolfi e colaboradores 2008 p. 182, trata-se da atividade na qual o sujeito nomeia tecnamente os diversos segmentos de uma da língua. Segundo os autores, trata-se do formato mais comum para ensinar gramática usado na escola. Ou seja a língua padrão – língua portuguesa.
Riolfi e colaboradores 2008 se inspiram na obra dos professor Sírio Possenti para descrever a existência de três conceitos de gramática a sabe:
1-    gramática normativa ou prescritiva – orienta que a norma padrão deve ser seguida por todos os falantes e tudo que foge a essa variedade é visto como erro.
2-    2 – a gramática descritiva – Aceita a língua em sua diversidade, ou seja, nas várias possíveis formas de funcionamento, compreendendo seu caráter mutável e heterogêneo.
3-    3 – a gramática como competência linguística ou gramática internalizada – Refere-se ao conjunto de regras que o sujeito inconscientemente mobiliza ao falar, sem necessariamente saber descrevê-las.
4-    Linguísticas aplicados:  são os profissionais oriundos da linguística aplicada , uma área do saber cujo conceito é amplo e aberto ad diferentes definições , mas de forma bastante simplificada pode ser vista como um campo do conhecimento interessado em estudar a língua em funcionamento, integrando estudos sobre letramentos, tradução, educação, bilingüe, multiculturalismo, aquisição de línguas etc. Além disso a linguística aplicada é conhecida por ser uma área do saber transdisciplinar e multidisciplinar ou seja que recorre sem medo a outros campos de estudos entre eles a antropologia a sociologia a linguística, a educação , etc.
Homonímia –
Intertextualidade (o conhecimento sobre o assunto) – a intertextualidade se constitui na possibilidade de construir um texto a partir do diálogo com outros textos. Segundo Koch e Elias 2013, a intertextualidade pode ocorrer de forma explícita ou implícita. Em sua forma explícita, o texto revela claramente a referência à sua fonte, geralmente por meio de citações entre aspas que marcam o que e por quem foi dito/escrito o texto utilizado. Por outro lado na forma implícita (através de paráfrases e paródias) o reconhecimento da intertextualidade demanda a ativação de conhecimentos armazenados na memória do leitor.
Intergenericidade –segundo Koch e Elias 2013 p. 114, a intergenericidade também é conhecida como hibridização ou interxtualidade intergêneros, trata-se de um fenômenos segundo o qual um gênero pode assumir a forma de um outro gênero tendo em vista o propósito de comunicação.
Paródia- Segundo Fiorn e Savioli 2006, a paródia refere-se a intertextualidade observada quando o texto é citado com a finalidade de inverter seu sentido original .
Paráfrase – segundo Fiorin e Savioli 2006, a paráfrase refere-se à intertextualidade observada quando o empréstimo do texto fonte visa fortalecer suas ideias.
ambiguidades (refere-se àquilo que possui um ou mais sentidos, podendo inclusive ser contraditório).
No campo teórico o discurso narrativo deve apresentar grande destaque pois oferece uma fonte inesgotável de manifestações em nível linguístico, cognitivo e social. Analisar as narrativas por uma perspectiva social.
O material didático passa por um processo de análise e avaliação, considerando-se, principalmente, a adequação didática e pedagógica, a qualidade editorial e gráfica e a pertinência do manual do professora para uma correta utilização do LD e atualização do docente. Como critérios eliminatórios, observam-se o caráter ideológico e discriminatório desatualização, incorreções e incoerências conceituais e metodológicas. Com base nesses critérios, o PNLD indica as obras recomendadas, disponibilizadas ao professor por meio do Guia do Livro Didáticos, que apresenta as resenhas e as avaliações relacionadas a esses livros. Tagliani 2009 p. 305-306. Analisados os princípios éticos necessários à cidadania e ao convívio social republicam-no excluindo-se as coleções que: veiculares estereótipos e preconceitos de condição social, regional , étnico racial, de gênero, de orientação sexual, de idade ou de linguagem, assim como qualquer outra forma de discriminação ou de violação de direitos
Fizerem doutrinação religiosa ou política, desrespeitando o caráter laico e autônomo do ensino público;
Utilizarem o material escolar como veículo de publicidade ou de difusão de marcas, produtos ou serviços comerciais (BRASIL 2013 p. 9).
O GLD (guia livro didático)considera que o aluno do segundo segmento do Ensino Fundamental já detém o conhecimento do código escrito e, portanto, necessita de intervenções que :
1-Aperfeiçoem sua formação como leitor e produtor de textos;
2-desenvolva competências e habilidades de leitura e escrita exigidos para novas e diferentes práticas de letramento;
3- amplie sua reflexão sobre as propriedades e o funcionamento da língua portuguesa
4-desenvolva habilidades para o uso público e escolar da língua oral (BRASIL 2013).
--Riolfi e tal (2008, p.148-51) os efeitos de sentido que os conectores discursivos podem estabelecer é uma excelente estratégia para demonstrar o uso desses elementos linguísticos.
1-Eça não estudou nada por tanto foi reprovada.
2-Eu me surpreendi com aquela atitude.
3- Você quer café ou prefere chá.
4-Ele é bonito, charmoso e carinhoso além disso é rico.
5-Eu ligo na sua casa assim que eu chegar do trabalho.
--A dicotomia entre oralidade e escrita, percebendo como estas não se opõem , mas convivem harmoniosamente em diferentes práticas sociais. A escrita serve à função da interação com sujeitos ausentes, exige para isso recursos bem distintos da oralidade, tais como o domínio de pontuação, de ortografia, de elementos coesivos, de regras gramaticais, entre outros.  Nesse contexto, o professor poderá cotejar as modalidades de língua, demonstrando aos alunos sua singularidade e a forma apropriada de usos de cada uma.
-- Cabe ao professor o papel essencial de instrumentalizar e repertoriar o aluno par tecer palavras, ou seja , para ser autor de textos. Para isso não basta o ensino da gramática ou uma linguística enclausurada nas regras, é preciso que o aluno saiba fazer  social dessa escrita, reconhecer sentidos além do utilitarismo capitalista, ser autor, mas também ser leitor. Cabe perceber na escrita o movimento de revisão, de retorno e finalmente, de conclusão.
-Conectivos: os conectivos ou elementos de coesão são palavras ou expressões cuja função  é estabelecer eles entre orações (parágrafos ou períodos), para criar elações entre segmentos do discurso. São exemplos de elementos de coesão as  preposições (a, de, com, para, por , etc.), as conjunções ( que, para que, quando, embora, mas e, entretanto, e, ou, etc), os pronomes (ele, ela , seu sua, este, esse , aquele, que o qual, etc), e os advérbios (aqui, aí, lá assim, etc).
-Refacção: diz respeito ao ato de refazer, no caso, o texto.
-Coerência textual: a coerência de um texto está relacionado à produção de sentido, logo, um texto incoerente é que não possui sentido. Para Koch e Elias (2013), a coerência esta no processo de interação do leitor com o autor e o texto, baseados nos conhecimentos sociocognitivos internacionalmente constituídos . Em outras palavras, a identificação da coerência textual exige a ativação dos conhecimentos linguísticos, enciclopédicos, textuais e interacionais do leitor.
- Coesão textual: para Koch e Elias (2013), a coesão é responsável pela sequência organizada de enunciados, em que cada parte se conecta harmoniosamente à outra, garantindo uma leitura fluída.
-Linguagem coloquial: se refere à linguagem informal ou popular utilizada cotidiano,  em um comprometimento com o rigor gramatical a norma padrão.
Variedade linguística, o coloquial cabe perfeitamente quando a linguagem formal é a mais adequada para uma entrevista de emprego, para uma palestra e especialmente para a escrita.

A música Bom Conselho, de Chico Buarque, é um ótimo exemplo de intertextualidade, pois, e sua canção o compositor conversa com alguns provérbios populares que circulam frequentemente em nosso cotidiano. Uma ótima sugestão de intervenção, esse caso, seria solicitar aos alunos que identifiquem tais provérbios e discutam a forma como o compositor inverteu o sentido deles, por exemplo, quando substitui “pense duas vezes antes de agir” por “Aja duas vezes antes de pensar”. É importante que os alunos reflitam sobre as razões que levaram o autora  a lançar mão da intertextualidade e de alterar os sentidos do texto original. Nesse caso é possível trabalhar com os alunos os conceitos de paródia e paráfrase presentes na discussão sobre intertextualidade.
- E, como uma forma divertida de pensar a intergenericidade , o texto ilustra um texto autêntico no qual se pode observar a presença de dois gêneros e saber “convite de casamento” e “notícia de Jornal”. Essa é uma atividade interessante em que é possível debater qual o verdadeiro gênero  textual. O professor deve auxiliar os alunos a compreender que, embora a forma do texto seja de uma notícia, sua função é de um convite portanto, o gênero textual trata-se de um convite. Em concordância com Koch e Elias (2013 p. 113),  os gêneros textuais não são definidos por uma forma, mas sim por função, tais como: informar (notícias), rir (piada), instruir (bula de remédio), etc. Frequentemente esses gêneros se mesclam, produzindo o que as autoras intitulam de intergenericidade.
-- A intertextualidade consiste em um dos vários recursos da língua para se produzir diferentes sentidos de efeitos através da escrita.
--No campo teórico, Silva (2003  p. 117) afirma que o discurso narrativo apresenta grande destaque, pois oferece uma fonte inesgotável de manifestações em nível linguístico cognitivo e social”. A autora admite que há uma grande quantidade de professores que se restringem ao uso das narrativas para ensinar as convenções da escrita, porém há também profissionais dedicados em formar nos alunos a competência de se tornarem contadores de histórias e mesmo narradores de suas próprias histórias de vida.
--O linguista aplicado Luiz Paulo da Moita Lopes (2002)  é um exemplo de profissional interessado em analisar as narrativas por meio de uma perspectiva social. Para o autor as narrativas assume um papel crucial na vida do sujeito, pois contar histórias sobre si, sobre o outro e sobre o mundo favorece a construção de sentidos envolvendo seu próprio lugar na sociedade assim como o lugar do outro . No rastro dessa discussão , para demonstrar como as narrativas podem influenciar no desenvolvimento da identidade social de raça na sala de aula, Moita Lopes (2002) apresenta e analisa a cena sobre a discriminação racial.
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--Na vídeo aula com o autor Pedro Bandeira 5/66 – Tema : Narrador – Protagonista
A exposição do tema no vídeo é feita pelo autor de literatura infantil Pedro Bandeira, especialista em letramento e técnicas especiais de leitura. Nesse vídeo o autor explora , através de uma linguagem descontraída, o gênero narrativo com foco no narrador protagonista. Bandeira explica como são alçados elementos narrativos na construção de um gênero narrativo no qual o protagonista é o narrador contando uma história sobre si. O vídeo é produtivo tanto para a formação o docente como para ser transmitido para os alunos e uma aula sobre a temática.
--Identidade social: refere-se ao sentimento de pertencimento a um grupo social, diferenciando-se de outros grupos. Entender o sujeito na pós-modernidade requer admitir que é possível que um mesmo indivíduo possua várias identidades sociais como, por exemplo, uma identidade de gênero, outra de raça e / ou etnia, de cunho religioso, de origem profissional, etc.
-Metáforas: ocorrem quando uma palavra ou expressão é utilizada em um sentido figurado por meio de comparações com outros termos. Trata-se de uma figura de linguagem (ou figura de estilo) utilizada especialmente em textos literários empregando-se uma palavra sobre um sentido que não é comum, mas a partir do contexto é possível estabelecer uma relação de semelhança entre os termos.
-Narrativas: basicamente, estão relacionadas ao episódio de contar histórias . Conforme Riofi e colaboradores (2008, p. 102-3), apesar de apresentar uma gama de variações “ estrutura de uma narrativa, seja conto, seja romance , pode ser resumida em poucas palavras : alguém narra determinado tempo da história de uma pessoa que vive em algum lugar”.
- Recursos estilísticos: refere-se à linguagem artística e criativa de um autor ao expressar a realidade.
-Para um conhecimento integral da língua, Geraldi (1991 apud Riolfi et al, 2008) recomenda que a gramática seja explorada através de diferentes atividades, a saber:
1-atividades linguísticas;
2-atividades epilinguísticas
3- atividades metalinguísticas.
--Riolfi e colaboradores (2008) se inspiram na obra do professor Síro Possenti para descrever a existência de três conceitos de gramática, a saber:
1-a gramática normativa ou prescritiva = Orienta que a norma padrão deve ser seguida por todos os falantes e tudo que foge a essa variedade é visto como erro.
2-a gramática descritiva = Aceita a língua em sua diversidade, ou seja, nas várias possíveis formas de funcionamento compreendendo seu caráter mutável e heterogêneo.
3- a gramática como competência linguística ou gramática internalizada = Refere-se ao conjunto de regras que o sujeito, inconscientemente, mobiliza ao falar sem necessariamente saber descrevê-las.
--De acordo com Riolfi e colaboradores (2008),diferentes tipos de atividade envolvendo a língua dever ser explorados com os alunos, tais como as atividades linguísticas, epilinguísticas e metalinguísticas. Com base nessa afirmação, analise o exemplo a seguir e identifique o tipo de atividade aplicada em sala de aula a que se refere : A professora Ana entregou aos alunos um conto de Fernando Sabino intitulado O homem nu, mas o texto apresentava várias lacunas. Foram palavras que a professora extraiu e entregou em um envelope a parte. Os alunos, em dupla deveriam discutir as palavras que melhor preenchiam as lacunas, colando as tiras com as palavras no espaço apropriado. Em seguida, eles deveriam reescrever a história, preenchendo as lacunas com outros termos que não alterassem o efeito de sentido do texto. A versão final seria apresentada para a s turma, através de uma leitura em voz alta e posteriormente exposta no varal literário da escola.
-Atividades epilinguísticas: é representada por Riolfi e colaboradores (2008) como a atividade na qual o falante “reflete” sobre a língua, de forma intuitiva, como quando o sujeito e deseja escrever uma poesia ou uma carta de maior e para tanto busca os melhores termos para impressionar o seu leitor.
-Atividades linguísticas: conforme Riolfi e colaboradores (2008, p. 181), as t atividades linguísticas dizem respeito às práticas em que o falante “usa” a língua ou seja, envolve ações como conversar, discutir, ler um texto, etc.
-Atividades metalinguísticas:  para Riolfi e colaboradores (2008, p. 182), trata-se da atividade na qual o sujeito “nomeia tecnicamente os diversos segmentos de uma dada língua. Segundo os autores, trata-se do formanto mais comum para ensinar gramática usado na escola.
-Linguístas aplicados : os linguístas aplicados são os profissionais oriundos da Linguística Aplicada, uma área do saber cujo conceito é amplo e aberto a diferentes definições, mas de forma bastante simplificada pode ser vista como um campo do conhecimento interessa em estudar a língua em funcionamento integrando estudos sobre letramentos, tradução, educação bilíngue, multiculturalismo, aquisição de línguas , etc. Além disso, a linguística aplicada é conhecida por ser uma  área do saber transdisciplinar e multidisciplinar, ou seja que recorre sem medo a outros campos de estudos entre eles a antropologia , a sociologia, a linguística a educação , etc.
-Ensinar a gramática e norma padrão permanece no escopo das responsabilidades da escola, contudo, como você viu neste tema, é imprescindível repensar os conceitos de língua e de gramática que sustentam as prática pedagógicas do ensino de língua portuguesa. Espera-se que esta leitura tenha expressado a relevância do ensino da gramática na contemporaneidade, ilustrando o papel do professor na proposta de intervenções  didáticas que contemplem atividade linguística, epilinguísticas e metalinguísticas.
--O GLD (guia do livro didático) considera que o aluno do segundo segmento do Ensino Fundamental já detém o conhecimento do código escrito e, portanto, necessita de intervenções que :
1-aperfeiçoem sua formação como leitor e produtor de textos,
2-desenvolva competências e habilidade s de leitura e escrita exigidos para novas e diferentes práticas de letramento;
3-amplie sua reflexão sobre as propriedades e o funcionamento da língua portuguesa e
5-    desenvolva habilidades para o uso público e escolar da língua oral. (BRAISLI, 2013).

EXEMPLOS DE VERBOS DE CONHECIMENTO:
adquirir – associar – calcular – citar – classificar – definir – descrever – distinguir – enumerar – especificar – enunciar – estabelecer – exemplificar – expressar – identificar – indicar – lembrar – medir – mostrar – nomear – ordenar – reconhecer – recordar – registrar – relacionar – relatar – reproduzir – selecionar.
EXEMPLOS DE VERBOS DE COMPREENSÃO:
concluir – converter – descrever – distinguir – deduzir – defender – demonstrar – derivar – determinar – diferenciar – discutir – exemplificar – expressar – esboçar – explicar – exprimir – extrapolar – fazer – generalizar – identificar – ilustrar – induzir – inferir – interpretar – localizar – modificar – narrar – predizer – preparar – prever – relatar – reelaborar – reescrever – reordenar – reorganizar – representar – revisar – sumarizar – traduzir – transcrever – transformar – transmitir.
EXEMPLOS DE VERBOS DE APLICAÇÃO:
aplicar – classificar – desenvolver – dramatizar – esboçar – empregar – escolher – estruturar – generalizar – ilustrar – interpretar – modificar – operar – organizar – praticar – relacionar – traçar – transferir – usar.
EXEMPLOS DE VERBOS DE ANÁLISE:
analisar – classificar – categorizar – combinar – comparar – comprovar – contrastar – correlacionar – criticar – deduzir – diferenciar – discutir – debater – detectar – descobrir – diagramar – discriminar – examinar – experimentar – identificar – investigar – provar – selecionar – separar – subdividir.
EXEMPLOS DE VERBOS DE SÍNTESE:
combinar – comunicar – compor – coordenar – criar – comprovar – deduzir – desenvolver – dirigir – documentar – especificar – explicar – escrever – esquematizar – formular – modificar – organizar – planejar – produzir – propor – relacionar – relatar – reescrever – reconstruir – sintetizar – transmitir.
EXEMPLOS DE VERBOS DE AVALIAÇÃO:
argumentar – avaliar – concluir – contrastar – criticar – considerar – decidir – escolher – estimar – interpretar – julgar – justificar – padronizar – precisar – relacionar – selecionar – validar – valorizar.
EXEMPLOS DE VERBOS AFETIVOS:
aceitar - adaptar-se – admirar - alegrar-se - apreciar - comprometer-se - conscientizar-se - dedicar-se - desejar - distinguir - entusiasmar-se - envolver-se - esforçar-se - gostar - interessar-se - melhorar - motivar-se - obedecer - querer - reconhecer - valorizar.
EXEMPLOS DE VERBOS PSICOMOTOR:
agarrar – andar – armar – arremessar – atirar – cantar – circundar – colar – colorir – confeccionar – construir – correr – costurar – dançar – desenhar – dirigir – dramatizar – encenar – escrever – escutar – gesticular – grifar – juntar – lançar – marchar – montar – nadar – ouvir – pegar – pintar – preparar –  pular – recortar – saltar – separar – tocar – traçar – usar.